Hello World – O filme do diretor de SAO que é de explodir o cérebro (e muito bom!) | Review

 

O review em vídeo acima é mais completo, a primeira metade dele é analise sem spoilers, e a segunda, a partir dos 8 minutos, é uma discussão e explicação com spoilers dos pontos mais complicados e interessantes do filme, incluindo o final.

O review escrito abaixo é sem spoilers:

Hello World foi uma experiencia muito única para mim. Já vi muitos animes tentarem vários twists em uma história com carga pesada de ficção científica, mas nunca vi nenhum sair sem furos da história. Geralmente quanto mais reviravoltas mais furos. Incrivelmente, esse filme do diretor de SAO acabou sendo uma exceção a isso.

Não que seja tudo “perfeito”. Os protagonistas são gostáveis, mas não tem o carisma do elenco de Your Name, por exemplo. Então nesse ponto o filme perde um pouco, assim como na sub-utilização de heroína central, que tirando algumas partes na segunda metade, serve apenas de interesse romântico ao protagonista e objetivo a ser alcançado (de diferentes formas). Claro que o twist de explodir o cérebro no finalzinho do filme pode mudar um pouco essa impressão, mas ainda assim é a sensação que você tem durante a maioria do filme.

O filme é todo em CG, e um bastante impressionante, quase replicando 2D com perfeição em vários momentos. Ainda mostra alguns contras, principalmente em partes mais cômicas ou emocionais onde mesmo com variedade de expressões, elas soam mais robóticas comparado a 2D puro. Ainda assim é um CG que não incomoda em quase nada, sendo uma das melhores experiências que já tive com esse tipo de CG (que tenta emular 2D). Veja o clipe oficial abaixo para ter uma ideia (a música tema é linda também!)

Fora isso, o roteiro aqui para ter sido revisado a exaustão para entregar algo perfeito em termos de narrativa. É tudo muito calculado para te pegar de surpresa e ainda assim fazer perfeito sentido.

A direção se mostra bem competente também, incluindo um bom uso da trilha sonora nos momentos chave e criação de tensão.

No começo parece que vamos ver só mais uma história de um cara voltando para o passado para salvar sua amada que morreu tragicamente. Não que seja exatamente esse o caso aqui, e essa é a primeira surpresa que você vai ter, mas ainda assim lembra essa premissa de voltar no tempo para concertar algo.

Para surpresa geral, no entanto, nada era o que parecia, NADA MESMO! Da metade para frente o filme vira de cabeça para baixo e começa uma reviravolta em cima da outra, e isso inclui até os 5 minutos finais, que vão deixar você no mínimo uns 10 a 20 minutos repensando o filme todo para encaixar as peças mostradas ali (nada de explicação de mão beijada, vai ter que achar as respostas sozinho com as dicas visuais).

A recompensa de gastar alguns neurônios é que se você entender tudo vai abrir um sorrisão de todo tamanho com a genialidade que foi a coisa toda. Para quem fez isso e ainda assim ficou confuso com alguns pontos, eu gastei metade do vídeo acima explicando tudo que me perguntaram sobre o filme, incluindo a única parte sem resposta, onde comentei uma teoria. Ela não é tão importante comparado ao resto que tem respostas, mas é interessante pensar sobre mesmo assim.

Em geral esse filme me ganhou demais com a segunda metade. Para apaixonados por ficção cientifica vai ser muito difícil não ficar fascinado com o que tentaram ali. Só estava sentindo falta de um momento mais climático no sentido emocional, mas ai vem aquela sequência final onde tocam a música tema do filme ao lado de um flashback narrado e é difícil não se emocionar (linda demais a música, estou escutando sem parar no spotify – clipe abaixo).

Em suma, recomendação máxima para qualquer apaixonado por romance, ação, drama e uma carga pesada de ficção cientística.