Carole & Tuesday #07 – Impressões Semanais|Passado

Imediatismo é a definição para a simplificação na maneira de proceder em certas situações, pois bem, o anime volta a usar esse recurso, mais uma vez, e isso ao mesmo tempo que soa bom, consegue ser igualmente prejudicial para o roteiro.

Melhor disfarce ever, hein, Tues? hahaha.

A experiência com o episódio 6, como eu disse na análise passada, de fato, foi impactante, porém, a recuperação imediata das meninas tirou toda a apreciação da sequência, em outras palavras, ainda era esperado resquícios mínimos dos últimos acontecidos, pelo menos, no início desse episódio 7, entretanto, parece que a “vida segue” e que a Crystal salvou o dia.

Isso é bom por um lado, pois mostra que as garotas não absorvem tanto os problemas, porém, é bem prejudicial por outro, visto que, expectativas sobre dramas futuros são afetados, uma vez que, as resoluções acabam tornando-se repetitivas ao público. E o próprio episódio conseguiu mostrar como esse ponto pode ser um problema.

O papo sobre os passados foi bem profundo, e muito proveitoso para o enredo, primeiro, porque você cria uma curiosidade sobre a fuga da Carole e de várias pessoas da terra, e segundo, o passado bem interessante da Angela. A sequência do passado da Angie despojou cores escuras e uma fotografia “pesada”, conseguindo passar todo o marasmo que aquela cena tinha a oferecer, de fato, são ótimos storyboards provindos de Takaharu Ozaki, vulgo diretor de Goblin Slayer.

A propósito, a Angela começa a roubar a cena como uma personagem muito interessante, assim como o Tao.

É notável que ela não teve uma infância fácil.

E devo dizer que a parte dela (Angie), em si, foi a que mais me cativou, afinal, não fomos tão aprofundados no passado de Carole, mesmo porquê a Tuesday arrumou uma crise de identidade pelo passado da amiga, uma situação bem justificável, visto que, o passado da Tues é bem “tranquilo” frente ao da Carol.

Aí que voltamos ao imediatismo, achei bacana sim a Tuesday ter sido afetada, levando a entender que ela precisava crescer emocionalmente, porém, bastou uma conversa com a Carole, e ela ficou tranquila (????).

Olha… o ponto positivo é que dá para ver o quão as duas são conectadas e tal, entretanto, palavras de conforto costumam servir momentaneamente e não definitivamente. Levando a uma analogia, sabe aquele dia que você tá na “bad”e um amigo seu vira e fala “fica triste não!”. Foi algo parecido com isso, a diferença é que na realidade isso não é tão efetivo.

Quanto ao ponto cômico, os primeiros minutos continuaram interessantes, aquele show de talentos foi divertido e me lembrou um pouco do The Voice e dos Ídolos. Em síntese, cada figura apareceu para proporcionar uma gargalhada, na comédia não há o que reclamar. Inclusive, um outro ponto sobre esse show de talentos, é que ele se torna um caminho mais bacana para o crescimento das duas.

Voltando a comédia, o que mais me divertiu, foi a cena de quando a Tuesday se “disfarçou” e falou que seu nome era “Monday”, essa leva o prêmio de mais engraçada, certeza. Até o robô IDEA voltou a cena para tentar dar mais um golpe, e foi bem engraçado de se ver.

Em linhas gerais, foi um episódio divertido, e interessante em alguns aspectos. Eu amo a Carole e a Tuesday, mas elas começam a deixar nítido que não podem levar o roteiro nas costas, visto que, a história da Angie soa muito mais interessante neste momento. É cedo para dizer qualquer coisa, e eu tenho plena confiança no trabalho do Watanabe para que esse roteiro não seja “água com açúcar” demais.

Os próximos episódios devem ditar o rumo para uma grande obra ou para uma linda obra em produção, mas ruim em roteiro. Nós temos diversas lacunas abertas, e problemas interessantes que foram introduzidos, porém, essas duas últimas “viradas de mesa” para que as protagonistas ficassem bem, foram simples demais e, indubitavelmente, me deixam com o pé atrás.

Nota do Redator para o episódio: 3.8/5

Breno Santos

Editor, Filmmaker, 22 anos, amante de astronomia, café e cultura otaku no geral; além disso, é fascinado por cinema e pelo trabalho executado por uma staff de animação.