Princess Principal #01 a #02 – Impressões Semanais

A estreia de Princess Principal me chamou muita atenção, principalmente por não estar esperando grandes coisas do anime. Minha visão era de algo bem simples e sutil, sem grandes tramas ou cenas impactantes.

Sendo assim, ao ver o primeiro episódio, e perceber que havia uma história séria, e uma temática bem mais adulta do que imaginava, acabou me deixando curioso pelo que pode surgir disso.

E mesmo com o segundo episódio sendo um pouco mais lento, ainda parece ser uma opção interessante nessa temporada.

Vamos mentir um pouco.

Talvez, dentre as coisas que me fez gostar tanto do primeiro episódio, tenha sido a Ange em si. Ela é uma mentirosa, e vai repetir isso durante o episódio todo, de forma que possa até ficar enjoativo. Porém, essa ideia funcionou muito bem, por conta do desenvolvimento que cria em cima do episódio, e na construção da própria personagem.

Ela conta desde mentiras pequenas, até outras maiores que acabam contrapondo seu comportamento e personalidade. Eu achei bem interessante isso, e a forma como criou uma certa curiosidade sobre ela. Não sei se todos compartilham da mesma visão que eu, mas ver essas mentiras sendo criadas e reveladas me entreve por todo o episódio (até mesmo as mais pequenas, com o detalhe do omelete).

Eu gosto disso porque, quando bem usado, acaba deixando tudo imprevisível e despertando o meu interesse sobre o que está acontecendo ali (como foi o final). Admito que pode ser confuso, e muitas vezes desnecessário ficar revertendo as situações apenas para criar as mentiras, mas no caso do primeiro episódio, isso funcionou bem, e me deixou curioso pelo próximo.

Por mais que a incerteza possa incomodar, nos momentos iniciais isso funciona bem para mim.

Ange conta seu passado, mas desmente ele. Ela parece ser fria e calculista, mas acaba levando em consideração os efeitos do seu trabalho sobre as outras pessoas, e organizando algo para diminuir os impactos negativos.

As constante mudanças podem parecer um problema, por não apresentar informações concisas e clara, mas para mim, isso acabou criando um certo interesse sobre ela.  Se souberam dosar isso da forma correta, as coisas podem funcionar bem, tanto para construção da personagem, quanto da história. E o final do primeiro episódio é a maior prova disso.

O modo como criaram um mistério simples, sem depender muito de explicações complexas e cheias de reviravolta, me deixou bem satisfeito. Você vai sendo levado pela história, ouvindo as mentiras dela e tudo parece ser uma brincadeira, só uma mania estranha da personagem ficar se contradizendo e apontando para si mesma como espiã. Mas quando vem o final, você sente que não é bem assim.

A cena e o timing foram tão bem aproveitados que você acaba se surpreendendo. Ela vai do ponto de usar um blefe, dizendo que a arma estava descarregada, para logo em seguida usar ela contra homem, e tudo isso mentindo da forma mais natural possível.

Se tivesse uma garantia de que mais cenas como essa fossem acontecer, seria bom…

Entretanto, o segundo episódio acaba sendo um pouco mais lento, voltando no tempo e mostrando a primeira aparição dela, onde o grupo das cinco garotas ainda não estava formado, o que diminui consideravelmente as mentiras e situações extremas.

Graças a esse fato, as coisas parecem um pouco monótonas, já que tudo acontece dentro de um festa, focando basicamente em uma infiltração para se aproximar da Princesa e substitui-la por outra espiã.

No lugar de um mistério, temos uma situação mais política e diplomática, e o único ponto que acabou se destacando para mim, foi a própria Princesa.

Por mais que não seja ruim, a forte impressão do primeiro episódio não é mantida.

Ela até que chega a ter uma personalidade bem definida e, sinceramente, não esperava que fosse ser um membro do lado “inimigo” que se aliou as outras garotas. Na verdade, eu nem mesmo pensei que ela seria tão proativa na situação.

Ela parecia ser daquelas personagens que servem apenas para serem o pilar dos conflitos, mas sem uma grande utilidade na prática, forçando os demais estarem a protegendo ou tendo que a resgatar. Por isso, ver ela se impondo, e até mesmo pressionando o QG a tomar uma decisão rápida, foi bem interessante.

Além disso, no final, o anime acaba deixando uma informação importante vazar, me fazendo criar ainda mais perguntas e dúvidas a respeito do que estava acontecendo ali, e sobre como é o estado político do lugar.

A Princesa se tornou uma desertora, ou só voltou para o lado certo? A Ange, que deveria ser a espiã do outro lado, na verdade, era parte do  reino de Normandia?

Esse tipo de pergunta me deixou com uma sensação estranha de confusão, mas ao mesmo tempo, acaba servindo como um incentivo para continuar assistindo.

Então a troca de princesas já tinha acontecido?

Para finalizar, Princess Principal  teve uma estreia bem inesperada. A ideia de acompanhar cinco garotinhas de colegial, trabalhando como espiãs, parecia muito interessante para mim, especialmente por elas serem fofas.

Eu queria ficar as vendo não fazerem nada, e passarem seus dias brincando de espiãs enquanto não corriam real risco de vida, ou fazia coisas +18, como matar pessoas a sangue frio, ou se envolverem em conflitos políticos.

Além disso, a forma fraca como apresentaram o mistério do primeiro episódio, desenvolvendo ele sem qualquer linha lógica aceitável, ou informação preestabelecida, deixando tudo com uma cara de coisa mal explicada, e acima de tudo, o fato de não terem colocado uma peso nas consequências das ações finais da garota, me fizeram ficar um pouco frustrado.

Sendo assim, posso dizer com plena confiança, que Princess Principal teve uma estreia fraca. No lugar de garotinhas moe, fazendo coisas moe, de forma moe, com sorrisos moe, tivemos um plot sério, levado por um mistério genérico e um final morno, sem qualquer impacto.

Mentira.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Essa cena S2

Acho que temos um candidato a melhor opening dessa season.

Fanservice para cumprir a cota de 3 gifs

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.