Chineses querem Investir mais em Animes mas Japoneses não Deixam

Já ouviram falar nos comitês de produção? Li uma entrevista muito interessante publicada na ANN agora a pouco (aqui). Basicamente 2 membros da industria de animes estavam discutindo o sistema atual do comitê de produção de animes.

Para quem não sabe como funciona, eles juntam umas 10 empresas diferentes, cada uma dá um valor X e no final das contas se tem entre 1 milhão a 2 milhões de dólares para fazer 1 animes de 12 episódios. Com 10 companhias dividindo os custos o risco é baixo para cada uma, mesmo que o anime não venda nada. Isso vem de muito tempo e continua até hoje.

A informação mais nova sobre isso é que o Crunchyroll está começando a participar dos comitês. Ele é um dos primeiros no financiamento de Masamune Revenge dessa temporada (olhem os créditos finais do anime), e anteriormente participou da produção de Kiznaiver. Canais de streaming chineses estão ajudando também, como é o caso de AkibaStrip, aonde um dos cabeças que financiam é uma empresa de streaming chinesa.

Exemplo de membros de um comitê de produção discutindo sobre como vão fazer o anime (Retirado da obra Shirobako)

Voltando ao assunto, um dos problemas atuais é que embora haja boa vontade externa para investir quantias maiores das produções de animes, com companhias chinesas dispostas a dar até 25 milhões de dólares. As empresas japonesas não querem permitir que eles invistam tanto, já que teriam o controle da produção como maior acionista. Ao invés disso eles pegam esse dinheiro e dividem em 10 ou mais animes diferentes – o que sobrecarrega o sistema com uma grande quantidade enorme de animes sendo feitas ao mesmo tempo -, permitindo que os japoneses continuem como acionistas majoritários.

Basicamente os Chineses querem dar dinheiro para produzir animes de mais qualidade (com mais verba), mas as principais empresas japonesas estão barrando para se manterem no controle das produções. Isso resultou inclusive em empresas chinesas se cansando e entrando no País com subsidiárias, contratando gente e fazendo seus próprios animes usando obras Chinesas de base.

Uma solução apontada por um dos entrevistados é se comunicar diretamente com as empresas Chinesas, ao invés de ter que usar empresas Japonesas grandes como intermediário. Isso é complicado, já que a empresa teria que dar atenção para uma pessoa as vezes desconhecida em vez de uma empresa grande e respeitada (dentre outras burocracias). Mas se as grandes produtoras japonesas continuarem barrando o investimento Chines seria a melhor solução a longo prazo.