Impressões semanais: Valvrave the liberator 2 – Como estragar tudo em uma única cena
-Não é o que vocês estão pensando, o Haruto se preocupa muito com sua saúde e está apenas receoso de pegar herpes.
-Vamos começar, né? Esse episódio teve um bom início. Nos foi revelado que Haruto e L-elf haviam trocado de corpos, e isso não precisou em momento algum ser destacado, pois a execução já nos deu a dica do que estava a ocorrer. Isso inclusive serviu para justificar o cliffhanger do episódio passado, que na prática era uma preparação para os eventos ao início deste. Essa situação atual de traição involuntária poderia render boas dinâmicas futuramente. Não posso deixar de citar aqui Chrono Cross, um jogo da antiga Squaresoft no qual metade da história se passa após um plot twist em que o protagonista e o vilão invertem os papéis, e o seu objetivo é anular esse encantamento. O problema desse episódio consistiu em certas escolhas duvidosas das quais irei falar na sequência.
-Após alguns eventos obrigatórios e necessários para a narrativa sobre os quais não irei discorrer, Haruto reafirma sua determinação de matar todo e qualquer dorssiano que entrar em seu campo de visão, e essa desvinculação dos valores morais sustentada pelo seu desejo de vingança deveria ser teoricamente a problemática do personagem. Nos estágios iniciais de desenvolvimento, Kira Yamato, de Gundam Seed, estava impregnado com essa sede de sangue originária do assassinato covarde e desnecessário de vários inocentes por parte das forças inimigas, e ao decorrer da narrativa ele acabou por chegar à conclusão de que o ciclo de ódio nunca iria terminar se não se desvinculasse de todo aquele ódio. Seria ótimo se trilhassem essa mesma rota em Valvrave, mas a Sunrise viu uma necessidade não existente de se autoafirmar com a pretensão falsa de originalidade (todo mundo já percebeu que eles já copiaram elementos de vários de seus animes anteriores, então pra que o fingimento?).
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| Então, eu fiquei sabendo desse seu fetiche por cordas e… |
-De certa forma, eu gostei dessa personagem. Ela consegue disfarçar bem suas intenções para Haruto (mas não para a platéia) na cena em que adentra o cockpit do Valvrave sem ser convidada sob o pretexto engenhoso de auxiliar Haruto na recuperação de seu corpo. Lembram dela isolada em um canto próxima ao lugar em que Haruto pretendia confessar seu amor por Shoko? Pois é, aposto que ela estava esperando pela oportunidade perfeita para atacar, sendo Shoko apenas um empecilho do qual queria se ver livre. Novamente voltando às comparações com Gundam Seed, ela é tão assertiva e metódica quanto a Flay, mas nesse caso seus sentimentos parecem ser verdadeiros. Acredito que a Saki (vi o nome dela agora) é exatamente o tipo de garota que um bocó como o Haruto precisa.
-A batalha dessa vez não foi tão ruim quanto a anterior, e isso não se deve a inovações significativas na coreografia ou animação, mas sim à menor poluição visual normativa em uma batalha espacial. Foi bem mais fácil acompanhar os movimentos do Valvrave dessa vez, apesar das faixas vermelhas continuarem me irritando levemente. Me decepcionou que os mechas inimigos não apresentassem forma humanóide, o que significa que não teremos o clássico duelo de sabres de luz à la Gundam. Mudando de assunto, alguém poderia me explicar qual a lógica da explicação do L-elf? Um motor em superaquecimento normalmente pára de funcionar e não irá aumentar significativamente a potência da sua máquina ao chegar no limite. Isso foi muita apelação por parte do Valvrave e poderia ser resolvido de outra forma, e o exemplo mais típico é o aumento de percepção dos nossos sentidos diante de uma situação crítica. O Haruto poderia ter se focado em uma única abertura que atrasaria o inimigo e possibilitaria sua fuga.
-Vamos falar de chocolate, vamos falar de Shoko (piadinha escrota). Vou fazer uma breve análise da sobrevivência considerando duas vertentes: a vertente lógica e a vertente narrativa. No que concerne a lógica, ninguém está morto a não ser que haja confirmação pericial. O cadáver da Shoko não foi encontrado (tampouco procurado), logo ela poderia estar viva ou morta. Todos já aprendemos pela lógica de anime que personagens só estão sujeitos a 100% de chance de morte quando literalmente viram purpurina, com exceção de Cell e Majinboo, pois estes podem se reconstituir por mitose acelerada a partir da purpurina. Eu não me incomodei quando o Kuwabara foi quase morto pelo Toguro, quando o Yusuke reviveu como um Youkai ou em todas as vezes que alguém foi revivido pelas esferas do dragão, logo também não vou me incomodar pela Shouko estar viva do ponto de vista lógico. Agora, do ponto de vista narrativo, as coisas mudam de figura. Parem pra pensar: qual é a função narrativa da Shouko? Nenhuma! Ela não sabe pilotar um mecha, sua personalidade e arquétipo (nice girl) são extremamente típicos e a morte dela teve significado. Reverter tudo não faz sentido e é sinal de covardia por parte dos roteiristas, o que se traduz como não ter culhões o bastante para confiar em um linha de progressão e partir para outra além de prejudicar a naturalidade do enredo. É forçado, muito forçado.
-Eles arruinaram o arquétipo do Haruto com essa trapalhada e ele foi de vingador para emocore (há personagens que conseguem ser os dois, como Uchiha Sasuke, por exemplo), e tudo porque um inimigo que tentou mata-lo e com o qual ele não deveria se importar o chamou de monstro. Ouma Shuu está de volta! “Ele me chamou de idiota, buuuuuuh”. Resumindo, personagens convenientes que acabam se transformando em ferramentas agindo conforme as vontades do autor. E pra piorar a situação, ele ainda tem um harém em potencial, mesmo sendo daquele jeito, se incluirmos a garota de óculos (que tem demonstrado um interesse peculiar nele) na equação. No post anterior, o Adramalesh tinha comentado que hoje em dia a moda não é mais protagonistas sem autoestima, e fez uma analogia com o Kirito de SAO. Uma breve comparação entre os dois me permite destacar um fator comum: ambos são adorados pelas garotas. Essa é a verdadeira nova moda agora, protagonistas que não precisam tomar a dianteira para ter uma legião de ninfas em torno deles, pois as mesmas já vem embaladas e prontas para uso.
-Que bom que o L-elf ainda está vivo! Eu até havia pensado em uma outra possibilidade: Haruto morre no corpo do L-elf, L-elf acorda e não tem escolha a não ser conviver com pessoas que há pouco tinha como inimigos. Nesse ínterim, ele acaba repensando seu modo de vida e refletindo sobre a guerra ao passo que vai gradativamente se abrindo para seus novos companheiros. Seria um Gargantia melhorado, minha gente!
Deixando meus anseios de lado, vamos ver se no próximo eles serão capazes de não afundar o anime mais ainda. Por enquanto Valvrave está seguindo a regra de primeira metade boa –> segunda metade ruim.
Ainda não comecei a ler, mas vou ler principalmente pelo título. Não sei como estou rindo disso até agora. -q
Bem vinda à sessão de comentários, nova (ou antiga) leitora.
Se foi a parte da herpes, então consegui alcançar meu objetivo. Se foi outra coisa, aí eu não sei.
Não vou mais chamar Valvrave de novo GC pois começo a pensar que é uma ofensa ao anime da Production I.G.
Você citou todas as ridiculas decisões de roteiro que encontrei nesse episódio e olhando de uma perpectiva mais ampla, nada aqui foi digno de elogio. A batalha até pode ter sido melhor executada, mas estava sem nem um pouco de senso de urgência, ficou um ar de “monstro da semana” ainda mais quando eles recuam de uma hora para a outra. E que atitude foi essa do L-elf de não reagir dentro do Valvrave? Ele podia estar confuso no inicio, mas o seu inimigo estava na sua frente, ele poderia muito bem deixar para questionar depois que captura-se. O cara estava com a arma na mão e não fazia nada!
Sobre a questão da Shoko estar viva, para mim fere até mesmo a parte lógica.Como raios ela foi para dentro daquele veiculo (?) soterrada e ainda com uma companhia do lado? Não tinha nenhum desses elementos na cena aonde mostra ela sendo atingida, ou eu não estou recordando direito.
Acho difícil um anime conseguir ofender GC, pois GC já é uma ofensa em si próprio, sendo o ápice de toda a artificialidade e degradação do mundo animístico.
A batalha foi feita no automático, disso não há dúvidas. Mas não teve realmente nada que você gostou? Nem a troca de corpos no início? Não condeno a atitude do L-elf. Seria difícil explicar uma traição da qual ele mesmo não se lembra e ainda mais recuperar a confiança da sua ex-equipe. Ele já deve ter deduzido que o Haruto é imortal por conseguir sobreviver a uma facada e dois tiros em pontos vitais, e tendo em conta que o mesmo estava ignorando a refém e se concentrando na batalha, eu não veria muita saída para ele.Especulando, eu diria que seria pior para ele se voltasse a Dorssia, provavelmente seria condenado à morte. Esse é o problema da criação de um soldado, ele sabe procedimentos básicos como se libertar de cordas e usar um refém, mas diante de situações inusitadas seu cérebro entra em curto.
Essa é a cena em que a Shoko é atingida.
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Não é totalmente impossível que ela tenha sido jogada para dentro do carro pelo impacto e soterrada logo em seguida. Meu único problema foi ela não apresentar nenhum arranhão, apesar de ser comum ignorarem o efeito da convecção de calor em anime.
Se o próximo for ruim igual a esse é drop certo. Eita episódio ruim!
Sobre a comparação, Haruto é um borra botas emo, não tem motivos pra ter um harém. Kirito por mais plano que seja é o cavaleiro de armadura, da a sensação de proteção que todas as mulheres gostam de ter, então não diria que as garotas vem embalas pra gostar dele, a personalidade dele é que ajuda a formar um harem mesmo, forte + gente boa = harem, faz sentido. Em Valvrave não faz sentido, fraco + emo = harem??
Esse robô é uma paródia ao Seya(pegasus)? quanto mais ele apanha mais forte ele fica?
Por enquanto concordo como Adramalesh, esse anime ta bem pior que Guilty Crow. Como alguém que fez aquela obra prima chamada Code Geass conseguiu fazer uma coisa dessas, não dá pra entender, não parece a mesma pessoa, o episódio 2 de Code Geass foi pure epicness, já o de Valvrave foi vergonhoso.
A Silica é uma moeblob, então acredito que ela se encaixe perfeitamente na categoria a que me referi. Tudo nela é moe, desde a concepção de garota protegida, o dragãozinho, as cenas de “ah, não olhe debaixo da minha saia” e “nossa, quase que ele me viu nas minhas roupas íntimas”. Ela já estava no ponto para se apaixonar pelo Kirito antes mesmo de conhece-lo.
A Lisette já foi tratada com o devido respeito, mas ainda assim precisava de mais tempo de tela para justificar aquele “eu te amo”, ainda mais considerando sua personalidade. Mas concordo que em Valvrave isso está sendo pior, pois o autor nem tentou criar uma história para as garotas.
O Valvrave infelizmente está apelão demais, não sei o que o Ichiro está pensando. Ao menos o Geass era capaz de criar uns plot twists e situações interessantes.
Ele com certeza tem essa incoerência à la Guilty Crown, mas vou esperar um pouco mais antes de dizer que é realmente o caso.
Saudações
Continuarei a acompanhar as postagens daqui sobre esta obra…
Embora eu esteja muito surpreso com o fato de, no NETOIN!, os posts de Dansai terem mais views em vista dos textos sobre Railgun S (mas o segundo tem comentários).
Este anime, Valvrave…
Não o estou acompanhando.
Mas, seu eu julgar por este texto, parece que ele não está bem das pernas…
Os nobres amigos do Intoxicação Animentar conseguem ver alguma perspectiva de melhora para tal obra animada?
Até mais!
Ele não está muito bem na fita por enquanto, mas ainda tenho esperanças de que vá melhorar. Já aconteceu antes de eu achar os dois primeiros episódios abaixo da média e melhorar no terceiro. Meus comentaristas estão bem mais pessimistas do que eu, para falar a verdade. Ainda não assisti Dansai Buri 3, e Railgun tenho que ver a primeira temporada ainda.