Impressões semanais: Vividred Operation 11 – Estamos quase no clímax, pessoal…

-Esse foi o pior episódio de Vividred até agora.

-E afirmo isso com determinada convicção. O mais difícil em blogar Vividred é conseguir apurar exatamente qual é o cerne de todos os problemas que o anime tenha ou possa vir a ter. Eu li algumas opiniões como “Vividred está no automático”, “Alguns episódios não tem nada a ver com a trama” e “O fanservice é irritante”, mas não creio que seja esse o ponto. Mesmo em ecchi/haréns, o fanservice não é o cerne, e sim a péssima escrita. Os episódios de Vividred sem relação com a trama conseguem prover mais entretenimento do que a maioria dos relacionados à mesma. Eu até concordo que o anime não faz nenhum esforço para se sobressair, assim estando no automático, porém isso pode ser interpretado mais como uma consequência do que uma causa. O problema está na própria concepção do enredo, que remete aos estados iniciais de planejamento, de pesquisa e de script, e esse episódio jogou isso na nossa cara.

-A primeira metade tratou do encarceramento de Rei, da abordagem feita pelo exército e da deliberação das garotas acerca do assunto. A mesma mensagem de amizade e companheirismo continua sendo repassada, contudo de forma não tão envolvente, visto que já era previsível que a Rei iria ser resgatada na segunda metade. Na prática, o que a primeira metade adicionou para a trama como um todo? Nada. Todos nós já sabíamos que a Rei não pertencia ao universo em que a história se desenrola e que ela era de certa forma a responsável pelo aparecimento dos Alones. Até Zetsuen demonstra maior competência em trabalhar diálogos expositivos como esses, e isso certamente não é muito típico de Vividred. Eu quero ver ação, mahou shoujo, shoujo-ai e explosões, por isso assisto o anime.

-A segunda metade é redundante como a primeira (com o salvamento de Rei sendo a única novidade aqui), mas consegue expor ainda mais a falta de empenho no roteiro. Na minha concepção, o corvo estava prestes a revelar uma informação que acrescentaria mais camadas à trama e dotaria os espectadores de mais dados relevantes e argumentos para desencadear uma possível discussão, porém o corvo apenas reiterou aquilo que vinha afirmando durante 6 episódios de forma trivial e exaustiva. E é aí que se encontra o que acredito ser o cerne do problema. O Yoshino não idealizou todos os fatores que compõem a ambientação dos Alones em específico. Sabemos o que eles são e o que eles almejam, mas os detalhes específicos que acrescentariam mais profundidade à essa raça alienígena foram negligenciados, assim como a Rei. As meninas podem guiar o enredo até certo ponto, mas elas carecem de mais consciência, seriedade, multidimensionalidade e desenvolvimento para uma abordagem mais centrada. A vida pessoal das mesmas carece de reviravoltas e tensões, assim como as batalhas (com exceção de apenas uma até agora), logo a “sociedade Alone” ficaria a cargo de fazer a diferença, mas nem isso faz. É como o conselho dos 300 em Robotics;notes. Você sabe que existem, mas apenas os subalternos são despachados e nunca chegamos a visualizar os altos escalões.Temos uma pista tênue acerca da possibilidade de os Alones serem dotados de inteligência, mas estes nunca se projetam como entidades sencientes, apenas como monstros que devem ser derrotados. Em Madoka, isso não foi problema, pois o enfoque era mais na degradação psicológica e decaimento das garotas mágicas. Em Vividred, isso enfraquece a abordagem nos episódios em que o enredo se faz necessário (apesar de ainda dar conta dos elementos básicos), desarticulando o peso e a importância que deveria transpassar.

Uma maneira inusitada de fechar um arco

-Até o próximo e último episódio, que provavelmente será melhor e mais empolgante do que esse foi, por depender bem menos da construção narrativa.