Kino no Tabi #11 – Impressões Semanais

O passado da Kino foi finalmente revelado, e só posso dizer que não me surpreendeu tanto quanto esperava. Mas calma, não é como se não tivesse gostado.

Certamente as condições dela eram complexas e difíceis, e deixar de me surpreender, não, obrigatoriamente, significa que deixou de ser impactante.

Eu gostei bastante da forma como foi contada, e de toda a reflexão que o país dos adultos cria com a sua própria ambientação, e a relação formada em cima da Kino.

Porém, quando se imagina o passado de um heroína que renegou sua antiga identidade, se espera algo mais dramático, cheio de sofrimento, ou algo meio que nessa linha.

De fato, a Kino sofreu naqueles momentos que presenciou os próprios país tentando a matar, mas quando se olha para trás, e para todos os outros episódios que já se passaram, dá para notar que ela não foi a única, ou a pessoa que mais sofreu.

A garota escrava teve uma vida bem mais complicada, ao menos no meu ponto de vista, e até mesmo a Ti passou por coisas que uma criança não deveria passar, assim como foi com a Kino.

A situação dela, e o motivo de se tornar uma viajante, tem sua parcela de sofrimento, mas não deixa de a torna apenas mais uma pessoa em meio aquele mundo, o que claro, tira parte da surpresa, já que você pôde ver aquilo antes.

Entretanto, diria que é isso o que dá o toque final para o passado da Kino. Ela é apenas mais uma ali, outra pessoa qualquer que teve sua cota de sofrimento e está tentando seguir com a sua vida, só um alguém que fugiu do mundo dos adultos e tenta viver sua vida.

Sem bem-vindo… Ou deveria ser um “até mais”?

O episódio começa mostrando uma Kino toda menininha, bem diferente daquela que costuma aparecer durante os outros episódio. O que chama atenção nesse caso, é o fato dela lembrar bastante os acontecimentos com Sakura do episódio passado.

As brincadeiras com o nome dela, e a vida em uma pousada, remetem um pouco aos eventos de antes, e criam uma referencia interessante, sem precisar explicar muitas coisas sobre o comportamento da Kino em relação a Sakura, e coisas do tipo.

O encontro com o viajante também acontece de forma natural, introduzindo o problema, sem forçar muito, como normalmente acontece em alguns episódios, onde parece que os viajantes têm passe livre para qualquer informação sobre o lugar.

Ela apresenta a sua situação sem grande esforço, e te ambienta bem na cultura do país através de alguns diálogos interessantes com o novo viajante.

O verdadeiro.

O contexto da cirurgia da Kino é explicado rapidamente, e você já entende que aquilo está bem errado, e que o a país onde ela vive tem um sistema bem opressor, por assim dizer.

Uma das cenas que mais achei interessante, foi o pastor, líder, ou sei lá o que,  explicando as condições para se tornar um adulto, e as faixas vermelhas cobrirem os olhos das crianças, como se insinuasse que elas não deveriam desviar o olhar, e manter ele fixo no que realmente importa, sem notar o redor.

Na verdade, todo o episódio carrega muito disso.

Ele não deixa de ser uma forma de mostrar o passado da Kino, seu primeiro encontro com Hermes e a maneira como ele a ajudou a fugir do país, mas o que mais me fez manter a atenção no que estava acontecendo ali, foi o fato do episódio ser uma bela metáfora sobre a vida adulta.

Não deixa de ser verdade, mas nada te impede de transformar isso em uma mentira.

A questão de “tirarem as crianças” do cérebro através de uma cirurgia para que ela se torna uma adulto digno, e todo a cultura do país em cima dos filhos herdarem os negócios dos pais, de que adultos devem trabalhar.

Todas essas coisas me remeteram aquela transição da infância/adolescência para a vida adulta.

Os diálogos com o viajante também são bem legais por conta desse aspecto, por mostrar um segundo lado para Kino sobre a vida, e o que ela poderia encontrar do lado de fora, ou enxergando outras possibilidades para o seu futuro, como ser cantora.

O fato dele ser o Kino original também foi interessante, e as cenas com a facada tiveram alguns ângulos bem legais, expressando a confusão  e angustia que ela estava sentido naquele momento.

Porém, existe um ponto que me incomodou bastante em cima dessa cena, que seria a forma como jogaram uma desculpa na questão da necessidade de matar a Kino.

“Deixa eu só explicar esse negócio importante aqui, que não tinha a menor necessidade de você saber…”

Ok, o clima meio dark com as pessoas da cidade foi interessante, mas não existe qualquer motivo para o líder dizer para o viajante que eles iriam matar a Kino por ter “quebrado”.

O anime tem bastante casos de exposição que são forçadas, onde as pessoas dão informações sem grandes problemas, mas nesse caso, isso ficou ainda pior porque não existe uma razão para acontecer.

Foi um claro “precisamos continuar com roteiro” e então, adicionaram a explicação para a faca estar na mão do pai da Kino, e o comportamento deles.

Isso quebra muito do ritmo para mim, ainda mais quando vem acompanhado de uma desculpa tão fraca, com “eu vou abrir uma exceção para você…”

Além disso, a mudança de ações também me pareceu um pouco brusca, como eles mandando o viajante embora, e no mesmo momento já tentando matar a Kino.

Existia maneiras melhor de introduzir isso…

Por fim, mesmo com alguns problemas na exposição, o episódio conseguiu me entreter bastantes. A mensagem com a Kino fugindo do “país dos adultos”, para viver a sua vida do jeito que bem quisesse, cria uma adicional bem legal para o passado da protagonista, e trás aquela mensagem e pensamentos filosóficos de costume.

Agora eu quero saber como vai ser na semana que vem, já que esse episódio seria o final perfeito para o anime, então parece meio complicado algo encerrar a série de forma mais impactante.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Acho que todo mundo sabe que Sakura é o nome de uma flor, não é?

Me faço essa pergunta de vez em quando…

Tutorial de como aterrorizar crianças.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.