Kujira no kora wa sajou ni utau #06 – Impressões Semanais

Sendo um episódio de preparação, essa semana Kujira trás algo bem mais lento, focado na exploração das relações dos habitantes da Baleia, assim como as exposições do passado do Ouni, e aquela típica iniciativa de ambientação para jogar o drama e tentar intensificar as perdas no próximo episódio.

A quantidade de informações acaba não sendo muito relevante, ficando no máximo por conta do final, onde uma suposta irmã gêmea da Neri aparece para aumentar ainda mais os suspenses por trás da Falaina, e nos fazer criar algumas expectativas para as explicações que podem surgir.

“Mas nosso treinamento não passava de brincadeira de crianças”

Logo de início, temos o Chakuro narrando uma importante informação que já vinha sendo falada nos últimos episódios. O povo da ilha foi ensinado a não usar o Thymia para violência, e por conta do ataque que está prestes a acontecer, eles foram forçados a mudar suas perspectivas e rotinas em cima dessa visão.

Essa introdução é interessante, por levantar ponto sobre as chances de vitórias que eles têm.

Mesmo sabendo que devem lutar, isso não garante que vão se tornar grandes guerreiros, ou se equiparar a unidades de um exército formado para batalhas, o que deixa uma certa tensão sobre as possibilidades do confronto.

Essas mudanças de paradigmas dentro da Baleia, também são seguidas por um pouco de explicações a respeito do funcionamento do próprio Thymia, como a capacidade de ser usado para ampliar a força humana — o que deixa as crianças aptas para usarem arcos e coisas do tipo —, e de como eles não podem usar aquilo diretamente em outros seres humanos, sendo limitados a apenas objetivos.

Por final, essa introdução ao treinamento é fechado com o surgimento da personagem misteriosa, que apareceu no último episódio, e que, sinceramente, me soou um pouco forçada.

Ficar ressaltando o problema, nem sempre é o melhor jeito de deixá-lo importante.

Ela apareceu unicamente para apontar o dedo e “pesar a mente” dos membros do grupo da cidade, expondo os perigos que aquele treinamento, e a próxima batalha, carregariam. Porém, para mim, isso não era necessário, já que o próprio contexto do episódio criaria aquela ideia, sem precisar de uma exposição tão óbvia.

Claro, existe a questão dela estar ali como um forma de testar o novo Chefe, provocando ele para saber se os ideais da sociedade não estavam sendo distorcidos por motivos particulares (existe uma boa diferença entre vingança e autodefesa, como ela deu a entender).

Mas ao menos do meu ponto de vista, não precisava daquela introdução forçada, apontando nitidamente para onde nós deveríamos olhar para entender os problemas que aquilo poderia gerar, caso estivessem sendo conduzidos por puro sentimentalismo dos envolvidos.

O próprio caso do Ouni trabalhou essa questão de matar/sacrificar vidas, de forma bem mais sutil e elaborada, sem apelar tanto.

Até gosto quando o autor tenta conduzir o pensamento sobre as questões da história, mas nesse caso não funcionou muito bem comigo…

Deixando de lado os treinamentos dos habitantes, temos um passado emotivo para Ouni e seu amigo, que nada mais é do que uma Deathflag.

Ok, isso é só suposição minha, mas esse combo de “flashback de amigos de infância + luta eminente” sempre mata alguém, a própria Sami teve uma introdução parecida, focando nos sentimentos dela até acontecer o fatídico evento do final.

De qualquer forma, mesmo sugerindo um possível bad ending para o amigo do Ouni, essa parte do anime acaba sendo interessante por mostrar um pouco mais da vida dele, e das razões para se importar tanto com o grupo que faz parte.

Isso colabora para desenvolver aquele sentimento de perda, e deixar a condição na ilha mais tensa para o personagem, já que ele acaba carregando quase toda a responsabilidade por proteger os que não sabem lutar.

Mas também achei meio aleatório, em certos pontos, ele ter decidido quase do nada, tirar o Ouni da ilha…

Chegando na parte final, temos os eventos relacionados a um festival comum dentro da Baleia, e as últimas preparações para o início da invasão do Império, com mais tentativas de criar empatia com os espectadores, e mostrar como o povo da ilha tem coisas a perder, caso não encontrem um jeito de se defender do ataque.

O episódio funciona como um perfeito início de arco, focando nas relações e construindo o enredo em torno dos personagens, para que as ações no futuro se tornem relevantes e tenham uma carga emocional maior, o que pode acabar se tornando uma via de mão dupla.

Para quem esperava algo mais animado, cheio de revelações, esse clima introdutório, com muito sentimentalismo e tentativas de cria empatia, pode acabar soando um pouco tediosos. Por outro lado, esse tipo de “desperdício de tempo” se mostra necessário para funcionar no futuro, como evoluções de personagens, e coisas do gênero.

O maior problema, é não saberem aproveitar disso depois…

Personagens como a Lykos, Ouni, Suou, e o próprio Chakuro têm seus lados emocionais explorados e exposto, cada um a sua maneira, para que formem alguma espécie de laço com a Baleia, e ganhem assim, motivações para o que estão fazendo.

Diria que faltou um pouco de timing em algumas situações, principalmente a cena do Suou, que parece mais uma tentativa do autor gritar “se preocupem com a história”, do que uma mecânica de roteiro para conduzir alguns questionamentos sobre o futuro do anime.

Entretanto, o resultado ainda consegue ser positivo, e deixar algumas expectativas para a grande batalha que se aproxima.

Agora é esperar pela semana que vem, e ver se todas essas preparações vão ser bem usadas, e transmitir os sentimentos necessários para nos impressionar.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extra

Ela tava precisando, coitada. Esse saco de batata não tava legal.

E morreu.

A outra versão da Neri era mais legal…

É errado rir disso?

Aí a pessoa começa a adquirir sentimentos e apresentar traços de tsundere!

Mas ao menos tá ganhando algumas pontinhas de moe com isso.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.