Made in Abyss #07 – Impressões semanais

Finalmente o primeiro clímax verdadeiro de Made in Abyss apareceu. O arco da Ozen se mostrou uma sequência de informações que sempre pareciam verdadeiras e contraditórias ao mesmo tempo, provando assim até quando o enredo consegue sustentar uma mentira ou uma verdade.

Gostaria de agradecer as minhas preces ouvidas aos longos minutos de recap. Dessa vez tivemos uma leve introdução da narradora com uma sequência de imagens mais gerais do último episódio e não apenas da última cena.

A introdução sobre os quatro apitos brancos até agora conhecidos, mais uma vez chama atenção de volta para a superfície. Esse é um ponto, que volto a repetir, sempre transmite um ar de história completa.

O uso das relíquias pelos apitos brancos era algo que já estava passando na cabeça de bastante gente. E faz todo o sentido essas pessoas terem algum tipo e habilidade especial ao alcançarem o título. O problema que chama atenção é; até qual preço eles pagam para conseguirem fazer uso disso?

Pelo visto inúmeras relíquias também não foram catalogadas e ninguém faz ideia do que esperar sobre elas. O receptáculo é uma dessas surpresas, cuja função foi apresentada de forma muito macabra.

No momento temos duas verdades sobre ele a da Ozen e a do Gilo, mas sinceramente a da Ozen tem um ar extremamente mais interessante. A questão é como isso de fato afeta a Riko, cuja as expressões no episódio oscilam bastante.

E até falando em expressão, todo o ar sombrio da obra se voltou até agora para tais expressões, principalmente as da Ozen. O traço dela sempre mostrava autoridade e um certo medo, até ela realmente provar o que faz.

Meu questionamento com a adaptação da luta entre ela e o Reg, é a diferença que ela traz em relação a uma luta comum. Há extremos diálogos entre alguns golpes e quase nenhuma cena completamente linear de ação.

Além do foco voltado para outros personagens externos, não só para colocar aquele quê de drama, mas também provar que aquela era realmente uma luta encenada.

Existem muitas cenas impactantes em que a Ozen realmente parece não se segurar e levar aquilo mais a sério, mas parando para comparar como seria uma luta frente a frente sem que ela forçasse isso, esses detalhes passariam bastante despercebidos.

São esses pormenores em Abyss que fazem você começar a ler o que está por trás do que o autor que te dizer antes que tal coisa se mostre verdadeira ou não. Existem furos e dicas que o anime está mostrando de forma muito evidente.

A Ozen nunca pareceu um tipo de vilã que eu odiaria por completo, porém ela é o tipo de vilã que sempre aparentava ser amigável demais para propor um tipo de armadilha e se esse fosse o caso eu de fato não me surpreenderia.

O problema em questão é quando ela se mostra a vira-folha. E isso pode ter cortado o clímax de algo mais denso. Do nada chegamos numa situação de “Opa, era um teste! “.

Porém a questão aí é que não foi do nada, era algo que poderíamos começar a constatar bem antes. Primeiro, o Maruruk nunca pareceu infeliz de estar lá ou se exaltou ao citarem a Ozen, ele demonstrou uma preocupação por conta afeto que acabou desenvolvendo pela Riko e pelo Reg, achando que sua mestra já tinha atingindo os limites.

Segundo, se a Lyza estivesse morta nada disso teria feito total sentido, estaríamos literalmente fugindo de toda a sinopse e do objetivo principal da Riko.

Por conta disso, a Ozen acabou abrindo inúmeros caminhos para a dupla também. Ela se posicionou como uma mestra perante eles ensinando uma lição mais tensa do que eles puderam ter até agora no abismo.

E ela está certa. Agora estamos lidando com a Riko que não pode fazer nada e com o poder do Reg que possui um ponto fraco importantíssimo para a sobrevivência dos dois.

Começo a enxergar a própria lição que ela deu além de um simples ensinamento. Agora o Reg e a Riko sabem suas próprias limitações e com que tipos de pessoas elas poderão lidar lá embaixo. Além de que, começa uma descoberta da própria Riko em saber porque ela ainda está viva.

Algo mais curioso ainda é que depois de tantas verdades a Ozen apenas retira uma: É claro que a Lyza está viva. E ela conferiu com as próprias mãos.

Claramente, se você não se importasse tanto com alguém não teria feito todo esse trabalho para nada e isso é bem justificado com o flashback posterior.

Finalmente, ouvimos a dubladora da Lyza e ela demonstrou um aspecto bastante jovial até em sua fase de apito negro. Porém, dentre todas a cenas a que mais me chamou atenção foi a explicação da Ozen para seu cabelo.

Já sabemos das relíquias que ela usou em seu corpo e como isso o afetou, mas a explicação mais profunda do episódio foi sobre como gradualmente o próprio abismo muda o físico das pessoas. Esse fato ainda não tinha sido mostrado como maldição direta, mas justifica o modo solitário e agressivo daqueles que mais transitam pelo abismo.

Ainda acho que os cortes de clímax estão deixando os episódios mal divididos, mas já deu para entender que o propósito da direção não é criar uma expectativa exacerbada para o desfecho de algo, apenas seguir um fluxo tranquilo das coisas.

Particularmente me agrada, e dá para levar numa zona de conforto bastante considerável. No mais, o episódio do treinamento não chega a chamar tanta atenção e finalmente entramos num ritmo digno de adaptação. Dentre as partes positivas do episódio, essa é a que eu sou mais grata, já que não consigo entender bem a magia de adaptar vários capítulos e não parecer ter adaptado nada e vice-versa.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

Curiosidades que realmente precisam ser exaltadas!

• Os pinos/cunhas de mil homens que a Ozen faz uso é uma relíquia de primeiro grau. Em uma exploração ela ficou extremamente ferida e teve que usa-los em si mesma caso quisesse sobreviver. Porém, como eram relíquias extremamente raras e deveriam ter ser catalogadas, ela acabou adquirindo quase todos os que encontraram. Cada pino dá uma força de mil homens e como ela tem 120 em seu corpo… já dá para fazer a conta não é?

Outros detalhes são vistos no flashback da Lyza, que no mangá é bem mais prolongado.

• Lá fica mais claro que a Ozen tinha um ciúme sutil da Lyza, principalmente quando ela casou e engravidou.

• A própria Lyza pediu para Ozen contar a Riko sobre ela ser um “cadáver vivo” por conta do receptáculo e considera isso um tipo de milagre.

• E claro, a parte mais importante é que nesse flashback que aparecia o rosto da Lyza, mas por motivos até agora não compreendidos o anime continuou sem exibi-lo.