Relife – Um belo final, para um ótimo mangá | Review

 

O vídeo acima é do Marco, e o texto abaixo do redator Marcelo, eles tem propósitos e focos um pouco diferentes, com o texto sendo mais focado em analisar o mangá, e o vídeo em comentar e comparar as OVAs que saíram com o mangá, então recomendo ver/ler os dois.

Review do mangá:

Quando comecei a ler Relife, eu não esperava muita coisa. A ideia me lembrava um pouco daqueles filmes americanos de comédia, onde o personagem precisa passar um tempo com o corpo alterado para aprender algo da vida, e então voltar ao normal.

Na verdade, eu estava certo, e em uma primeira vista Relife pode ser exatamente assim, mas após ler esses 222 capítulos, eu posso dizer que, mesmo tendo uma primeira impressão simples da obra, valeu muito a pena ter “perdido” esse tempinho abrindo os capítulos iniciais para ler.

Sente-se para ler, e aproveite o passeio.

Para quem não viu o anime, ou muito menos falar do mangá repense sua vida a partir de agora, a história de Relife gira em torno de Kaizaki Arata, um cara de vinte e sete anos, que não teve muita sorte no mercado de trabalho, e que acaba recebendo uma estranha oferta para fazer parte de um programa chamado Relife, voltando ao último ano do ensino médio, para que assim possa reaprender a se encaixar na sociedade.

Para quem já está acostumando com a ideia de NEET, Hikikomoris e coisas do tipo, a ideia básica do mangá não deve ser tão estranha assim. Após aceitar as condições do programa, e regredir seu corpo ao de um adolescente, você passa a acompanhar essa mudança de ares em sua vida, vendo ele tentar se encaixar na escola, e conviver com crianças dez anos mais novas.

Como disse mais acima, o mangá consegue distribuir bem seu conteúdo, trazendo romance, comédia e drama, e fazendo isso de forma agradável. Adicionar a condição de que todos irão se esquecer do Arata, ao final do programa, ajuda a manter um interesse sobre o que pode acontecer no futuro, além de ajudar a movimentar ainda mais o romance entre os protagonistas.

Os dramas da antiga vida do Arata, como por exemplo, o que o levou a chegar na situação em que estava, podem ser outro ponto de interesse para quem está lendo, trazendo um lado mais sombrio e adulto para obra, com temas mais pesados que obviamente não vou citar, por que seria spoiler.

Detalhes que vão se acumulando para te deixar louco.

O humor, como sempre, acaba caindo mais para o lado do gosto, mas de forma geral, eu diria que consegue ser bem divertido, mostrando de forma engraçada as dificuldades que os adultos encontram ao tentar retomar os estudos depois de um longo tempo longe deles.

As interações entre os personagens também é bem divertida, mantendo um bom ritmo entre a apresentação deles, e desenvolvimento dos mesmos, o que torna um dos pontos mais fortes do mangá.

Acredito que boa parte do impacto que o final teve em mim, seja devido a esse bom aproveitamento que o autor deu para o grupo de amigos que se envolveram na vida do Kaizaki.

É como se realmente tivesse feito parte das memórias que ele criou, e dos momentos em que aprendeu/ensinou algo para os outros personagens, o que ajuda bastante a comprar a ideia de perda que o final do mangá tenta vender desde o início.

O sentimento de perda só vai aumentando.

Relife é uma obra bem agradável de ler, e que conseguiu um encerramento muito bom, sem cair no velho problema de deixar um final completamente aberto para evitar responder algo, ou então usando uma desculpa qualquer apenas para entregar o final que os leitores queriam.

O mangá conseguiu explicar tudo o que precisava, sem se deixar levar pela conveniência de roteiro, fechando o romance dos protagonistas de uma maneira bem legal.

O final pode até ter sido um pouco previsível sobre como resolveu os problemas, mas isso ainda me vende mais um ponto positivo, já que o autor conseguiu pegar a solução mais básica possível, e manter um ótimo nível de interesse e drama, sem deixar perder aquele sentimento de torcida para que tudo dê certo.

E ainda teve um Hishiro +18 linda.

Para quem procura um mangá descontraído, com boas ideias e personagens, Relife pode ser uma ótima opção. O mangá não se prende somente ao drama do protagonista, mostrando outros pontos de vista bem interessantes, além de abrir portas para algumas reflexões sobre como viver a vida, o que torna tudo ainda mais interessante a medida em que você vai conhecendo os personagens.

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E você, que nota daria ao mangá?

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Extra

Sobre o final em anime…

Aproveitando o encerramento do mangá, o anime de Relife recebeu 4 OVAs cobrindo o final, ou seja, para quem teve preguiça de ir para o original, ou simplesmente queria esperar uma possível segunda temporada, as coisas terminaram bem, e tudo foi resolvido para você dar um check da lista de coisas a terminar.

Mas e aí, ficou bom? Eu diria que ficou aceitável, mas um pouco longe de bom. Assim como aconteceu no anime, é um mérito do roteiro conseguir adaptar tantos capítulos em 4 episódio, e ainda fazer isso sem deixar uma sensação pesada de rush.

O arco final de Relife é bem extenso, chegando em alguns pontos a ser até um pouco maçante por conta desse alongamento, mas é nisso que vem justamente alguns probleminhas para a adaptação.

O drama entre a Kariu e o Ooga, assim como os “surtos” do Kaizaki em criar memórias, fazem parte de todo um desenvolvimento que conecta a histórias em diversos pontos, além de provocar um pouco mais da angustia sobre o final.

Se os personagens estão conversando sobre o problema, é natural começar a se envolver no mesmo, e por mais que tenha me deixado um pouco cansado aquela relutância do Kaizaki, ainda é ali que você começa a entender que tudo está caminhando para um final talvez não tão feliz assim.

O anime pode maquiar muito bem todos esses eventos e linkar os acontecimentos para soarem natural, mas em troca disso acaba sendo obrigado a deixar de fora conteúdos que mereciam ser vistos, como por exemplo, o meio do arco do festival, onde a Hishiro deixa o lado “adulto” vazar e tem uma evolução de personagem importante.

Além disso, os OVAs acabam pecando um pouco na parte técnica, não conseguindo transmitir intensamente alguns momentos chaves. Claro, eu me emocionei com alguns cenas, em especial com a da Onoya, mas acha que isso foi mais por ter lido o mangá, e revivido as emoções ali, do que por mérito da direção.

Seja como for, esses 4 episódio trazem um encerramento decente para série, principalmente por em um primeiro momento parecer não ter muitas chances para sair algo além daquela primeira temporada. Ou seja, se tudo o que você busca é saber como o Relife do Kaizaki termina, vai dar tudo certo e o anime vai te entregar um final satisfatório, mas que certamente poderia melhorar em alguns pontos.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.