Citrus #06 e #07 – Impressões Semanais

E com o drama meia boca de sempre, Citrus teve uma mudança de foco de enredo nesses respectivos episódios. O que quase se salva no sexto episódio do anime, é completamente mal encaminhado no sétimo, mas via de regra segue um padrão de história muito comum.

A primeira parte da história repleta de abusos e expressões de uma Mei vazia é solucionada em um dos episódios que considerei extremamente positivo em relação aos demais. Ainda que sem um motivo extremamente forte, entendemos o que de fato aconteceu com a relação da Mei e seu pai.

Oh Sensei, sacanagem essa vida comunitária aí

Foi o tipo de situação que não imaginaria e até um certo motivo meio fraco. Afinal, o que era um pai rigoroso se tornou alguém mais reflexível procurando conhecer o mundo e a vida. Despercebidamente a Mei cresceu vendo um tipo de exemplo insuperável e não tinha maturidade o suficiente para entender o porquê de seu pai querer uma mudança.

Ela se manteve instável e fechada justamente por não compreender o seu abandono na família e essa nova vocação beneficente, algo perfeitamente justificável para uma criança. Ele também cometeu erros egoístas se colocando acima de sua filha, mas há quem ache que foi por um motivo nobre.

Que dó, que dó

No final, a resolução empenhada da Yuzu provou que ela é o tipo de personagem capaz de quase qualquer coisa, contudo o episódio seguinte desbanca a heroína 100% forte e a coloca mais uma vez como a personagem facilmente manipulada.

O drama seguiu um bom ritmo de 6 episódios, não foi completamente rushado, mas não chegou a ser emocionante. Esse acaba sendo o problema de Citrus até agora, não sei se pela queda de animação ou pelo roteiro mal organizado, todo aquele drama consegue ir decaindo ao ponto de se tornar algo apenas “assistível”.

“drama”

Porém, o que destaca o episódio 6 em si não é apenas a resolução completa e a quebra de gelo da Mei. Sim, entendemos a fragilidade da personalidade durona, vimos o quão complexa ela também pode ser, mas o destaque do episódio foi a diferenciação entre os beijos forçados e o começo de um sentimento real.

Todo esse tempo sinto que a Mei utiliza a Yuzu como uma fórmula de escape, principalmente por já ter sido usada dessa mesma forma. Ela força as situações por diversos motivos de roteiro chamativo do yuri, mas foi nessa “brincadeira” que algo real começou a acontecer.

O primeiro beijo verdadeiro delas teve sim uma sensação diferente ao se assistir, e a cena conseguiu transmitir essa diferença de uma forma bastante aceitável. Aí vem um dos primeiros acertos de Citrus, que é justamente a ligação entre essa descoberta inicial com o episódio seguinte.

Que cena!

Ainda acho meio forçado jogarem a Matsuri num triângulo amoroso de forma tão apressada, mas essa foi a forma mais óbvia de colocarem a Mei confrontando toda essa situação. Infelizmente fazendo uso do cíumes e de uma nova personagem completamente detestável.

O bom nesse novo drama foi principalmente o questionamento delas serem duas garotas e irmãs construindo esse tipo de relação amorosa. Aí entra a estranheza e a falta de aceitação em elas serem garotas, o que previram ser um dos motivos para se elogiar o mangá.

O questionamento ainda é meio fraco para se denominar algum tipo de representatividade lésbica, mas não podemos negar que ele está ali sutilmente tentando fazer seu papel de diferença.

Esse provavelmente será um dos problemas iniciais que a Mei e a Yuzu terão que confrontar, não antes de superarem os que virão com a Matsuri. E sinceramente, essa personagem me causou as piores impressões possíveis.

Que garota insuportável

A começar pela sua dublagem que pareceu não combinar tanto, mas se a intenção era deixá-la detestável com isso, funcionou. Nem vou comentar sua aparição jogada no enredo e obsessão em querer atormentar as pessoas como diversão.

Ainda é incerto confirmar se todo o ciúme da Yuzu é verdadeiro e se ela de fato alimenta um sentimento sincero por ela, mas a insinuação da “irmã mais nova” foi o estopim para colocá-la como inimiga direta da Mei, digamos que até de forma óbvia demais.

Impactada com esse ciúme

Dentre esses dois episódios a participação que devo destacar e aplaudir foi a da Harumi sendo a amiga mais exemplar possível. Ela é a personagem de apoio mais participativa na obra, além de perceber logo a jogada da Matsuri.

Harumi entende que a gentileza da Yuzu é um ponto forte e fraco ao mesmo tempo. Foi com isso que ela conseguiu colocar a relação da Mei com o pai nos eixos, porém será com essa mesma gentileza que ela irá caindo aos poucos na conversa da Matsuri.

Dona do anime, sem mais.

Assim, em meio ao drama anterior em que a Mei sofria sozinha e a Yuzu se martirizava com seus sentimentos, provavelmente nesse arco os ciúmes da Mei irá colocá-la em um papel de descobertas e quem sabe algumas tomadas de atitude.

Com uma inversão básica de papéis e claro, sem retirar o drama barato característico, esse pode ser um dos arcos em que a relação das duas finalmente vai ser colocada na mesa e quem sabe até ser levada de forma mais séria.

No mais, minhas expectativas quanto ao anime continuam baixas levando em consideração a fama do mangá, mesmo que dentre todos os episódios, o sexto conseguiu dar uma leve melhorada dentre os demais.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Extras

Harumi Mama…

Destaque pra profissão da mãe, seja lá o que for

Tinha menos cara de sonsa com o cabelo preto

Mei e seu novo lado fofo

desnecessário é a palavra que define

E a atitude da Mei nessa cena?

tinha tudo para ser descolada :\

a cena do tapa mais sem graça de todos os tempos

aquele momento em que a Yuzu mereceu aplausos pela iniciativa

aleluia!

esse olhar

não sabendo lidar com a história que poderia ser boa, mas tá meh

uau

Victoria Caroline

Engenharia, literatura brasileira, fotografia, vídeos de receitas, música boa e cultura japonesa. Não necessariamente nessa ordem. Às vezes acorda meio de humanas (quando consegue acordar).