Fate Apocrypha #09 a #12 – Impressões Finais

Fate Apocrypha foi um anime que sinceramente esperava que mante-se uma narrativa pelo menos razoável e conseguisse me surpreender com alguma reviravolta ou cena engenhosamente bem construída, contudo desde de sua estreia a obra vem se mostrado apenas algo que consegue te entreter, mas que não te marca.

E acho que uma das maiores falhas do roteirista foi optar por trabalhar com tantos servos. É de conhecimento comum que quanto mais personagens você possui em uma determinada história, se torna mais complicado trabalhar com todo o elenco de maneira que cada personagem tenha um bom desenvolvimento.

E isto piora quando o roteirista/autor é inexperiente e ainda não possui uma escrita estável e um bom time para apresentar seus personagens e progredir com eles sem que apareça alguma situação forçada ou ocorra furos.

A exemplo, pode ser citada a possessão que Darnic faz em Vlad III, um acontecimento construído de forma equivocada para tentar te surpreender e criar um clímax de tensão, mas que gera apenas inconsistências.

Isto porque é deixado claro no universo de Fate que a possessão de um espirito heroico em um ser humano comum é complicado e quase impossível, imaginem então o contrário, por mais que fosse utilizado um selo de comando.

Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo instante e que para um se manter, outro deve ser destruído ou ceder o seu lugar e nesse caso seria mais fácil a existência do Darnic se perder do que a do Vlad, pelo peso que a própria existência e história do herói possui, o que torna o ocorrido algo forçado e meio trash.

Pobre Vlad, nem produto Jequiti resolve esta feiura agora

E lembrem que a possessão de Siegfried em Sieg só foi possibilitada porque este é um homúnculo, uma criação quase perfeita que ainda não possuía macula ou coisa do tipo, basicamente um quadro em branco.

No entanto, o que realmente me incomodou em todo o trajeto traçado pelo escritor é que na tentativa de focar todo mundo, os personagens que deveriam ser os centrais, Joana e Sieg, acabaram praticamente apagados nessa primeira parte.

Os dois são simplesmente jogados no cenário e não possuem interação quase nenhuma com  outros personagens, o que dificulta a produção de carisma para ambos e resulta em duas criaturas aparentemente sem personalidade alguma e mal aproveitadas.

E isto se agrava mais na dita protagonista feminina que ficou a temporada inteira apenas indo de um lugar para outro incessantemente. O que é uma pena, já que a própria possui uma história interessante que poderia produzir um bom background nas mãos de uma pessoa mais talentosa.

O Sieg pelo menos se questiona, mesmo que na maioria das vezes tome atitudes bem clichês, para ser sincera, como enfrentar a Mordred para ajudar o seu salvador, mas sem saber usar um pedaço de madeira.

Aqui entra outro problema que constatei na série desde o inicio, o protagonismo caricato. Aparentemente, o que deveria matar uma pessoa comum ou outros servos em demais títulos de Fate, não funciona para o homúnculo porque ele é especial.

Fácil Rider, porque o autor quiz XD

O cara recebeu um golpe fatal no peito, mas retorna em uma fusão com Siegfried do além, simplesmente pelo uso de um selo de comando (quando ele deveria estar morto e nem poder usar, mas ok).

Aqui entra o famoso: para tudo há um limite. É notório que os selos de comando produzem alguns resultados “milagrosos” por poderem reforçar habilidades de servos e outras coisinhas a mais, mas os próprios selos se sujeitam as regras do Graal e não são uma fonte de possibilidades infinita que você pode usar a seu bel prazer.

E também vamos lembrar que magecrafth não é magia verdadeira que pode produzir qualquer coisa e todo o sistema do Graal é fruto do magecrafth, então logicamente os selos não são tão absolutos.

A atenção dada aos outros servos não foi ruim, já que o passado de alguns personagens foram até que razoavelmente bem tocados antes da sua morte com o uso de pequenos flashbacks ou citações (no caso da Frank) , contudo, no geral o desenvolvimento do elenco até o final dessa temporada foi bem superficial já que ninguém foi realmente o foco central.

E entramos em outro ponto, o uso de flashbacks. Alguns foram bem colocados como no caso da Frank e do Aquiles, porque conseguia se mesclar as situações de forma coerente.

Juro que fiquei com um nozinho na garganta, pobre Frank

Contudo o Flashback do Vlad foi utilizado apenas pra tentar criar empatia do público pelo servo antes de sua “morte” no próprio episódio, o que foi extremamente clichê.

As batalhas desse clímax também foram apenas bem animadas, mas nada demais. As coreografias eram bem simples e pareciam mais o uso de efeitos pirotécnicos do que coreografias em si. Em vários momentos eu senti que faltava alguma cena a mais nelas.

Contudo, alguns momentos foram interessantes e merecem serem citados como o Nobre Fantasma da Atalanta, que na minha opinião foi o mais bem detalhado e bonito dessa primeira parte e o Nobre fantasma da Joana, que me decepcionou um pouco porque seria o momento mais épico da personagem, mas acaba sendo apenas uma cena razoável e bonitinha.

Então até agora o blattle royale consegue te entreter e fornece algumas situações de tensão, mas nada além disso por falta principalmente de um maior detalhamento nos próprios personagens e nas batalhas em si.

Impressões Finais

Fate Apocrypha pode ser descrito como um anime que te entretém, mas que não produz nada além disso. A obra possuía um grande potencial para ser um battle royale com um plot interessante por trás, mas acabou se tornando apenas mais um anime da temporada.

Isto dado a uma série de problemas, entre eles o pouco tempo para retratar bem os personagens. Afinal com 12 episódios já era complicado desenvolver 7 servos, imaginem com 16 servos.

Protagonistas principais sem carisma ou personalidade e extremamente robóticos, o que dificulta a criação de empatia do público com eles.

Produzindo consequentemente, um nível muito pequeno de envolvimento da plateia com as situações propostas, já que não existe um real vinculo de ligação entre as duas partes, logo a maioria das pessoas pouco se importa com o elenco em si e o que acontece com ele.

Um roteiro que apela pra um protagonismo muito caricato e com furos que contradizem a logica do próprio universo. Mestres com personalidade padrões e que figuram mais como simples enfeites do que como personagens relevantes de tão escassa a sua interação com os servos.

O autor tentou fazer um vinculo maior entre o mestre da Frank e ela, mas pelo fato citado, não conseguíram produzir o feeling que os outros títulos de Fate produziram.

Uma parte técnica mediana, com uma animação decente que tende de mediana para boa e consegue produzir um certo nível de entretenimento, mas nada além disso pela falta de um pouco mais de detalhamento nas coreografias apresentadas. A trilha sonora é boa, mas sem um background mais propicio não demonstra todo seu potencial.

Resumindo, Fate Apocrypha é um titulo que pode ser considerado um bom passatempo como anime de ação, mas que não representa tudo que essa franquia pode te oferecer.

Nota Final

Animação – 7,5

Trilha Sonora – 7,5

Roteiro – 6

Direção – 6

Entretenimento -6,5

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E você, que nota daria ao anime?

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Nota do autor: Esta review é uma impressão final porque estou largando as impressões do segundo cour de Apocypha por outro titulo mais interessante de Outubro, isto porque creio que o primeiro cour já mostrou bem o que o anime vai nos entregar daqui pra frente.

 

 

Sirlene Moraes

Apenas uma amante da cultura japonesa e apreciadora de uma boa xícara de café e livros.