Boku no Hero Academia 2 #25 – Impressões Finais

Em seu último episódio, o anime faz uma ligação entre os acontecimentos que estão por vir na próxima temporada e o arco do Assassino de Heróis, que foi o que teve mais informações relevantes ao enredo.

Nessa imagem da para ver direitinho a oposição entre o Midoriya e o Shigaraki

O grande foco deste episódio foi o desenvolvimento do principal vilão Shigaraki Tomura, e a sua suposta “Jornada do vilão”, onde este se questiona sobre a razão de porque ele tomar suas atitudes, tentando achar uma razão.

O mais interessante de todo esse desenvolvimento é o paralelismo que o anime consegue relacionar entre  desenvolvimento de Shigaraki e o do protagonista. No início da série ambos eram personagens bem inexperientes e com ideais fracos, porém com o decorrer do tempo eles evoluíram tanto em seus poderes quanto em suas convicções.

Diferente do episódio anterior, este foi principalmente baseado em diálogo e realocou o anime no caminho do enredo principal, que havia se distanciado um pouco com as provas finais. Estas em que o foco era o desenvolvimento de personagens secundários em histórias ramificadas.

Essas caras exageradas do Shigaraki foram muito boas

O anime não consegue fazer um trabalho fantástico da criação das convicções do vilão neste episódio. A forma com a qual resolveram instalá-la dependeu muito da conversa entre Shigaraki e o protagonista, mais ainda do que a própria reflexão do personagem.

Tanto pelo tempo de desenvolvimento que ela teve, quanto pela fraca sustentação das convicções de Shigaraki; eu acho que ela poderia ter sido melhor trabalhada. Tudo foi, basicamente, sustentado em como tudo no mundo de Boku no Hero gira em torno de All Might.

Todas as dúvidas de Shigaraki, até as com base mais profunda, como a que ele questiona a razão de todos estarem sorrindo mesmo que houvesse tanto sofrimento no mundo, foram esquecidas quando este as direcionou todas para o All Might. Este é um ponto que eu gostaria que  anime tivesse se adentrado mais, assim continuando as questões filosóficas que surgiram durante o arco do Assassino de Heróis.

Uma característica bem presente nos vilões em Boku no Hero são os olhos vermelhos tremidos

Midoriya, por sua vez, não tem tanto destaque neste episódio quanto no anterior. Na conversa com Shigaraki, foram transpassados sentimentos de impotência, medo e terror com suas feições detalhadas e um pouco exageradas.

Uma coisa que me incomodou bastante foi a música da ending ter sido utilizada de maneira totalmente inapropriada no meio do episódio. Sério, eu chequei para ver se ela não era de outro áudio que podia estar em outra aba. Ela não combinou em nada com a cena. Isso foi um golpe cruel para a trilha sonora de Boku no Hero, que tinha se mostrado tão consistente até agora.

A Uraraka é a melhor personagem de Boku no Hero, sinceramente

No geral, o episódio não representou como a série tem se portado até agora, apresentando uma pequena queda na direção e nos quesitos técnicos. E, mesmo tendo se aproximado mais do enredo principal e basicamente tendo feito uma ponte entre o próximo arco e o do Assassino de Heróis, não foi tão bom quanto os seus anteriores que desenvolveram muito bem os personagens em lutas de clímax. Agora é esperar que a terceira temporada entregue mais em termos de clímax, com um fechamento mais impactante, comparado a essa temporada.

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E você, que nota daria a este episódio?

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Review do anime

Essa imagem basicamente representa boa parte da história de Boku no Hero

Boku no Hero melhorou bastante em sua segunda temporada se comparado à primeira. Além da animação ter ficado mais consistente, pela Bones ter diminuído seu número de animes, o desenrolar do enredo foi melhor executado. Um ponto a mais que pode ter feito várias pessoas preferirem essa a outra pode também ter sido o fato do protagonista, por já ter evoluído, não ter a sensação de impotência que havia antes.

A direção foi, no geral, bem competente e conseguiu entregar desde ótimas cenas empolgantes, como a da batalha entre Midoriya e Todoroki, a cenas um pouco mais mal dirigidas, como a deste episódio de Season Finale com a música sendo utilizada de maneira inapropriada.

Uma característica da direção que me incomodou um pouco inicialmente foi a comédia, que estava sendo utilizada demasiadamente dando a impressão que estavam tentando até infantilizar ou deixar o anime “bobo” para o seu público. Porém, essa era mais uma característica do próprio arco em si do que a do anime; tanto que os diálogos, ao longo da temporada, vão ficando cada vez mais sérios, e a comédia cada vez menos presente.

O mestre e o aprendiz

Já o enredo, diferente da primeira temporada, trabalhou com temas mais diversos e procurou explorar e desenvolver mais os personagens, até porque não tinha que se preocupar com a sua introdução, que já havia sido feita anteriormente.

Ao longo da temporada, a temática de Boku no Hero Academia variou muito. Em seu início, havia uma predominância de cores claras e do azul representando um sentimento mais amigável, social e não sério. Porém, com o decorrer do tempo, foi predominando batalhas e temas mais escuros, geralmente se passando de noite; retratando como a situação estava ficando perigosa, séria e conflituante.

Essa temática representa as grandes fases que o roteiro de Boku no Hero teve. Inicialmente, ao tratar de temas mais comuns em Shonens como torneios ou esforço ao máximo sem retorno para o herói, o anime estava priorizando não o enredo e a razão, mas sim o entretenimento e a emoção de quem estava assistindo. Eu, pessoalmente, prefiro anime mais conceituais, porém consegui me entreter com o oferecido pelo anime no início.

A diferença de ele magro para forte é gritante

Posteriormente, o anime migrou para uma fase mais urbana aplicando questões filosóficas mais sérias e desenvolvendo muito bem os seus vilões, foi um claro avanço na profundidade do enredo. Porém, isso pode ter deixado alguns fãs meio chateados, pois a quantidade de entretenimento não baseado na razão, que é o mais comum hoje em dia, diminuiu consideravelmente.

Após o arco do Assassino de Heróis, em que a temática subitamente mudou, eu esperava que o anime voltasse a ter um tom mais “light” assim como a sua primeira metade, focada mais na diversão e, ocasionalmente, em alguns aprofundamentos. E de fato, em sua grande maioria foi assim, porém esta focou mais no desenvolvimento de personagens secundários e até dos protagonistas, deixando o enredo principal de lado.

Não podemos tratar o enredo de Boku no Hero como um todo ao analisarmos sua nota final, é notável que em algumas partes houve um maior aprofundamento e desenvolvimento. Porém isso nem sempre implica que o mais profundo foi o melhor; neste caso foi, mas mesmo com um pouco de superficialidade, a primeira parte conseguiu ser bastante divertida.

Apenas com essa imagem, o autor conseguiu retratar todo o desenvolvimento do Midoriya

É claro que o enredo do anime não é o mais complexo e o mais único de todos. Podemos claramente ver como ele tem influências de diversos tipos de shonen, e até do universo dos quadrinhos americanos. O enredo de Boku no Hero tem seus erros, mas isso não implica necessariamente que ele é ruim, a sua principal qualidade é trabalhar com temas já exploradas e os desenvolver de uma maneira diferente característica do anime.

No geral, o enredo da segunda temporada de Boku no Hero conseguiu ser superior ao de sua primeira temporada. Não por ter melhores histórias, mas sim porque a liberdade criativa era muito maior, a introdução dos personagens não era mais necessária( É até por isso que Homem Aranha 2 conseguiu ser melhor que o primeiro). Ele teve alguns furos e forçou a barra em alguns momentos, porém conseguiu balancear devidamente o aprofundamento com o entretenimento para um anime de seu gênero.

Nos quesitos técnicos, o anime saiu similar a sua primeira temporada não levando em conta a animação. A trilha sonora foi baseada nas músicas da primeira temporada e foi bem utilizada na maioria das vezes, tanto que além do erro deste episódio não me lembro de mais nenhuma cena da trilha que tenha me incomodado. Tanto pelo contrário, ela era essencial para aumentar a emoção nas batalhas.

Bakugou dando um sorrisinho

A animação melhorou bastante, e no início da temporada, deu sequências extraordinariamente bem animadas, como a de Todoroki e de Deku. Porém, ao longo da temporada, a animação, mesmo continuando muito boa(Uma das melhores da temporada por sinal) e consistente, não conseguiu manter sequências desse tipo. Algumas cenas tinham algumas deformidades, como a de Gran Torino na abertura de um episódio, porém esta é uma exceção.

No geral, a segunda temporada de Boku no Hero conseguiu se sair muito bem, tanto em sua história quando nos quesitos técnicos. Não foi tão surpreendente quanto joias da temporada como Made in Abyss e tão característico como Attack on Titan na temporada anterior, mas conseguiu manter um padrão e desenvolvimento muito bons para um shonen de jornada de herói.

Animação: 9/10

Enredo: 8/10

Direção: 7.5/10

Sonoplastia: 9.5/10

Entretenimento: 8/10

Nota final: 8.1/10 

Extras

E assim eu termino o ultimo review da segunda temporada de Boku no Hero (para quem não sabe, eu, Gabriel, que estava responsável por eles, nem todo mundo olha o nome do autor do post…), foi um enorme prazer ter comentado durante esses seis meses o anime para vocês. E com certeza vou tentar retornar para escrever mais reviews de animes. Obrigado!