Isekai Shokudou – Bem-vindo ao restaurante do outro mundo | Impressões finais

Eis que tivemos o último episódio de Isekai e sinceramente, eu não esperava que fosse me surpreender enquanto assistia. Na minha mente, a ideia era de um episódio focado na Aletta e no Chef, para dar aquela cara de encerramento, e depois baixar os créditos e pronto.

A explicação sobre a origem do restaurante era super bem-vinda, mas eu não acreditava que fosse me deixar satisfeito, pensava que fosse ser algo corrido só para não deixar em branco, e no final, o que realmente valeria a pena, seria a relação criada dentro do lugar.

Porém, contrariando o que eu esperava, o final acaba desenvolvendo um conto bem peculiar, encaixando diferentes pontos do mundo, e da histórias de diferentes personagens, dando uma relevância incrível para existência do Nekoya, e deixando tudo com aquele toque de Isekai.

Um conto que deu origem a um outro conto.

Isekai Shokudou teve um primeiro episódio um pouco abaixo do que eu esperava, diria que o hype foi o principal responsável pela minha sensação de que não estava realmente recebendo aquilo que tinham proposto a entregar. Um grupo de pessoas comendo, por mais que fossem de espécies diferentes, não tornava aquilo, necessariamente, um Isekai.

O segundo episódio conseguiu criar uma experiência melhor, e a partir dali, pouco a pouco, o anime começou a introduzir informações até chegar ao ponto de você conhecer um outro mundo de forma tão ampla, e robusta,  que conseguiria bater de frente com muitos animes que têm como foco, justamente essa exploração do mundo.

A forma como as diferentes informações foram criando um plano de fundo para esse último episódio foi algo que realmente me pegou de surpresa. Por mais que seja simples, e não de detalhes de como, por exemplo, a forma como as portas são abertas, ele ainda consegue dar uma origem para o Nekoya de forma bem estruturada, que deixa o lugar com ainda mais cara de “restaurante de outro mundo”.

Introduzir o conto dos quatro heróis, ou melhor, voltar com ele, já que um pouco da história tinha sido citada de forma indireta a alguns episódios atrás, faz parecer como se fosse mais um dos contos que sempre vinham aparecendo, mas quando a história termina de ser construída, o plot twist em cima da origem do restaurante acabou me pegando de surpresa.

Nunca tinha passado pela minha cabeça que fosse alguém de outro mundo quem teria começado com a ideia. Você vem no automático, pensando que todo mundo têm que ser um invocado para o Isekai, que acaba nem pensando nessas possibilidades.

O conto do meio-elfo chama atenção pela forma como é contada, cheia de mistérios e empurrando um pouco mais daquela ambientação que o anime já vinha trazendo, com as diferentes lendas. O momento em que ele sente medo da Kuro, não é só engraçado pela forma como é apresentando, mas também por como remete a diferentes histórias que já acompanhamos.

Ele era um caçador de demônios, um mercenário, então ir para um lugar onde a maioria dos clientes é de outras espécies poderia gerar algum mal entendido, ou ressentimento, como seria, caso o homem leão estivesse por lá.

Eu bem que queria ver a treta rolar…

Esse episódio me deixou realmente surpreso por como conecta tudo ali sem precisar dizer muito. Nem todos os personagens apareceram, mas os principais que formam um “laço” cultural no outro mundo, estavam todos presentes. A própria princesa ter um envolvimento com um dos heróis lendários, cria uma sensação de como o mundo de lá é vivo.

Me agrada bastante quando histórias conseguem passar essa imersão ao que se propõem. Você começa vendo seres descobrindo uma nova cultura, e quando menos percebe, é você quem está descobrindo muitas outras sem qualquer esforço.

O anime sempre foi gostoso de assistir e passar o tempo (ou a fome), e com esse final, minhas impressões são de que valeu muito a pena acompanhar, por mais que de maneira “repetitiva”, essa receita de um cliente por vez indo provar comidas de formas inusitadas, acaba funcionando bem.

As explicações desse episódio final são como aquela famosa “cereja do bolo”, que vem somente para te fazer dizer “nossa, isso explica muita coisa”.

Alguns pontos ficaram soltos? Bem provável, principalmente em relação aos poderes da Kuro, e alguns relacionamentos voltaram apenas para mostrar que não foram para lugar nenhum, o que não tinha grande necessidade, pelo menos do meu ponto de vista.

O final em si não chega a ser ruim, mas eu só meio chato crítico sobre encerramentos, então finalizar as cenas com eles iniciando o preparo de uma comida, depois de um discurso motivacional do Chef,  me dá mais a sensação de um “continue” do que realmente termino.

Por mais que talvez tenha sido essa a intenção.

Após doze episódios tentando sempre trazer algo diferente, sem perder a formula básica de dois contos por capítulo, Isekai Shokudou chega ao fim de forma agradável. O fato de ser episódico pode ser inconveniente para alguns, principalmente, por muitas vezes, o Chef e Aletta serem deixados de “lado” para dar foco aos clientes.

A forma de como as informações são distribuídas não chegou a me desagradar, em especial por instigar a minha imaginação a respeito de como o mundo do Isekai era construído com suas diferentes culturas, religiões e raças, entretanto, vale ressaltar que isso é o que torna alguns contos “rushados”.

De maneira geral, eu diria que foi uma ótima experiência acompanhar a série. Os episódios sempre eram divertidos, além de relaxantes pelo clima do lugar.

Para quem gosta de Slice of Life, certamente é uma boa opção, e até mesmo para quem não sente muito interesse pelo gênero, o anime não deixa de ser cativante, já que cria uma movimentação razoável em cima das diferentes histórias e situações que levaram os clientes para o restaurante.

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E você, que nota daria ao anime?

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Extras

Um pouquinho de drama…

Não esperava que ele tivesse tantos sentimentos pelo lugar. Pelo primeiro episódio em que ele apareceu, parecia ser um pouco arrogante, o que não foi o caso, já que aparenta ter um passado trágico com algumas perdas bem profundas. Uma pena não aprofundarem muito.

Perigosamente linda <3

Eu ri disso… Mas queria que o homem leão estivesse junto para ir também.

Esse príncipe… Eu não sei se sinto pena, ou raiva…

Seria interessante o Chef saber sobre essa possibilidade.

 

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.