Saekano Flat #07 a #11 – Impressões Finais

Quando eu pedia por uma segunda temporada de Saekano, eu nunca imaginaria que me arrependeria tanto disso. Desnecessário dizer que não estou falando da qualidade dessa 2º season, mas sim, do fato dela ter acabado e me deixado em um limbo existencial, não somente pela trama, mas também sobre a possibilidade de uma terceira temporada.

Deixo nas mãos dos especialistas darem um sopro de vida, ou o golpe final nas minhas esperanças.

Para mim, a primeira season foi muito boa, porém, não chegou a me dar, nem metade, da empolgação que essa conseguiu dar.

Eu cheguei a falar nas impressões parciais, de como Saekano se vende pelos clichês, e a primeira temporada entra bem nessa linha. Ela é uma boa comédia sobre os estereótipos da cultura otaku, mas em essência, é somente isso. Uma comédia.

Eu tinha vontade de ver o que aconteceria depois, principalmente por conta do desenvolvimento do jogo, mas nunca fiquei realmente ansioso por isso, era mais por curiosidade.

Aquele espírito de “por que não?”

O anime era divertido, mas o final era satisfatório. Por mais aberto que seja, eu nunca pensei que era uma necessidade ver o que acontecia depois, entretanto, as coisas mudaram de figura quando essa temporada saiu.

A primeira season tem seu valor, mas no caso da segunda, as coisas conseguiram ir além. As piadas sobre clichês ainda estavam ali, e aos montes, mas tinha um elemento a mais, aquilo que o Tomoya sempre pregava todas às vezes que começava a surtar com as suas “otakisses”.

Porque ninguém vive de fanservice… Ok, talvez alguns…

Acho que posso dizer que é indiscutível o fato das garotas terem sido o foco principal dessa season… Bem, elas sempre foram o foco, mas no caso, eu diria que ela foram bem mais trabalhadas nessa season, do que na outra.

Dessa vez, elas não estavam ali apenas para cumprir a cota de clichês em um harém. Elas tiveram um pouco mais de vida. Enquanto que na primeira temporada, todo o foco sobre elas cai através do relacionamento com o Tomoya (que convenhamos, senão fosse pela comédia, seria insuportável), e os motivos delas se juntarem ao grupo. A Segunda temporada explora o lado artístico de cada uma, assim como, indiretamente, as torna independente e expressivas.

Seja pela formatura da Utaha, ou pelo processo criativo que a Eriri passou para encontrar um novo estilo, as coisas funcionam bem melhores que a primeira season.

O Tomoya ainda pode ser a base dos problemas/soluções, mas não chega a ser a peça central. O drama acaba focando na particularidade de cada uma delas (como também aconteceu na primeira season), porém, os dramas são bem mais maduros, e tenho que dizer. Que drama!

Essa cena na neve foi uma das coisas mais legais que vi na série.

Sou obrigado a dizer que isso pode ter sido apenas uma empatia gerada devido aos meus gostos.

Entretanto, de qualquer forma, foi sensacional ver um pouco das motivações de cada garota. Me agrada muito quando revelam que os personagens tem uma visão “sombria”, por assim dizer, daquilo que, até então, pareciam algo mais superficial e simples.

Tanto a Utaha quanto a Eriri, por mais que gostem muito do que fazem, carregam um certo egoísmo sobre isso. Bem, parte das motivações de um bom artista, vem justamente de querer expor seus sentimentos, ou desejos, através daquilo que fazem, mas no casos delas, as motivações são um reflexo das suas personalidade, que de certa forma, estava escondidas sob a ideia dos clichês que elas representavam.

A Eriri ganhou uns bons pontos comigo por conta disso. O arco dela foi um dos que mais gostei de acompanhar, por justamente mostrar esse contraste entre o cômico e o profissional.

Ver ela se desapegando do conforto que o Tomoya dava, e tentando superar a si mesma para dar um passo adiante como artista, foi sensacional.

Engraçado como a personagem que eu menos tinha interesse, foi a que me deixou mais interessado.

Foi tão legal acompanhar esse processo de criação dela, que eu mal via os episódios passando. E adicionar aquele dilema ao Tomoya, sobre como ele não tinha tanta confiança no talento dela e queria a deixar em uma zona de segurança, acabou dando um toque bem interessante a tudo, o que por consequência, reforçou ainda mais a amizade entre os dois.

Mas claro, se estamos falando da evolução das heroínas, não podemos esquecer da principal, a senhorita Kato-san. Mesmo sem um talento propriamente dito, ela também brilhou, especialmente nos últimos episódios, após a conclusão do jogo.

Vai, Kato!

Eu gostei muito de como começaram a deixar “vazar” a personalidade dela. Por mais que a característica da personagem, fosse ser “sem sal”, a partir do momento em que ela expressou sua raiva, as coisas começaram a andar para algo bem mais dinâmico entre ela e o Tomoya. As falas carregadas de sarcasmo ficaram ainda melhores, e para o final, ela até mesmo estava se expressando de verdade.

A sutileza na evolução da personagem foi tão natural, que acabou me fazendo criar uma outra visão sobre a história. Eu ainda acho a Utaha a best girl, mas já não consigo mais ver ela como par romântico. O apoiou que a Megumi deu para o Tomoya nessa parte final da história, me convenceram de que eles são um casal.

Era impossível pensar diferente depois dessa cena.

Se todo esse desenvolvimento não fosse bom o suficiente, ainda temos a crise entre eles, que é a base do último arco.

O Tomoya, por mais que seja um retardado para romance, nunca chegou a me decepcionar como produtor/líder do grupo, até mesmo como amigo das garotas, ele nunca foi um completo idiota, e sempre tomava alguma atitude condizem (por mais que demorasse um pouco).

No caso da separação do grupo, não foi diferente. Ele levou um certo tempo para se recuperar, mas tomou a atitude que eu esperava.

Não acho que as garotas estavam erradas por deixar a produção do segundo jogo, para entrar em uma outra equipe. As duas são profissionais, especialmente a Utaha, então é algo natural, ainda mais por conta do amadorismo que o grupo do Tomoya tem.

Aquela cena da “reconciliação” ficou boa, justamente, por trabalhar da maneira correta a amizade entre eles. Era mais que certo o Tomoya e a Megumi apoiarem as duas, ao invés de ficarem ressentidos pela “traição”.

Necessito muito ver o resultado disso.

Por fim, vamos ao que realmente importa… Eu sempre tive interesse em ver uma continuação de Saekano.

Dentre o que mais me agradou na primeira temporada, foi o modo como exploravam a criação de conteúdo (coisa admiro muito, especialmente ilustrações).

A segunda season entregou isso de uma forma bem mais elaborada e, em partes, com um certo tom de drama, sendo que nunca deixou de lado o humor debochado que dá característica a séria.

Sendo assim, eu só posso dizer que essa temporada me deixou bem satisfeito, e com uma grande vontade de ver o final de tudo isso.

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E você, que nota daria aos episódios?

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Extra

Que isso seja um foreshadow da produção do anime, e não apenas uma quebra da quarta parede.

Por cenas como essa que ela é a best girl.

Feelings…

Eu ia fazer a piada, mas o anime chegou na frente =/

Faltou um pouco de Michiru nessa temporada… Ela entrega alguns bons fanservices momentos engraçados, sem contar que trilhas sonoras são outra das coisas que mais gosto em obras, então poderiam ter mostra um pouco mais dela, nem que fosse para ficar tocando violão ao fundo, como foi no episódio 0.

Marcelo Almeida

Fascinado nessa coisa peculiar conhecida como cultura japonesa, o que por consequência acabou me fazendo criar um vicio em escrever. Adoro anime, mangás e ler/jogar quase tudo.