Review – The Evil Within – Sobrevivência e muito terror neste jogo de Shinji Mikami

THE EVIL WITHIN

Clássica fórmula que consagrou o gênero survival horror mostra que ainda tem muito fôlego

Desenvolvedora: Tango Gameworks

Publicadora: Bethesda

Gênero: Survival-Horror

Plataformas: PC, PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One

Data de lançamento: 14/10/2014

Tempo Médio da Campanha: 15 a 20 horas

Número Máximo de Jogadores: 01

Em meio a recente tendência de jogos de horror em 1ª pessoa que vinha se formando, com forte alta justamente entre 2013 e 2014, após o lançamento de Outlast e a demo lamentavelmente cancelada de Silent Hill (intitulada de P.T.), Shinji Mikami (criador da aclamada série de jogos Resident Evil) traz de volta o estilo clássico em um verdadeiro jogo de survival horror, como não se via desde Resident Evil 4.

No jogo assumimos o controle de Sebastian Castellanos, um detetive que recebe uma chamado de emergência para investigar múltiplos assassinatos em um hospital psiquiátrico, acompanhado de outros dois detetives, Joseph Oda e Juli Kidman.

Ao chegar, se depara com um verdadeiro massacre e ao analisar as câmeras de segurança, Sebastian testemunha outros policiais fugindo e disparando contra uma força invisível. Eles são então brutalmente mortos por um homem encapuzado e sobrenatural, que rapidamente aparece atrás de Sebastian e o ataca, deixando-o inconsciente. E assim o jogador é levado para um mundo bizarro e surreal, onde os monstros horríveis e os terrores inimagináveis ​​caminham.

Beacon Mental Hospital. Apenas o início dos pesadelos para Sebastian Castellanos.

 

O enredo é contado de forma bastante confusa, com muitos acontecimentos aparentemente sem sentido ocorrendo, e a intenção é justamente esta. A história foca bastante em experimentos com a mente humana e os personagens questionam a própria sanidade ao se depararem com tantas situações bizarras e sobrenaturais.

Esta questão da sanidade mental é bem explorada, sobretudo nos momentos em que o jogador encontra certos espelhos no cenário. Tais espelhos transportam o personagem para uma ala hospitalar, com apenas uma enfermeira que faz questão de não dar explicações. Neste local é possível salvar o progresso e fazer upgrades no personagem, ao sentar-se em uma cadeira com um aparelho para lobotomia. Em tais upgrades o jogador pode melhorar sua barra de saúde, barra de vigor (necessário para correr), armas e itens.

Para se aprofundar mais no enredo é necessário localizar certos arquivos que contam um pouco mais dos acontecimentos, como o passado dos personagens, uma referência clara à Resident Evil.

Porém, mesmo a história do jogo se desenvolvendo conforme progredimos, ela continua sendo de difícil compreensão, principalmente para quem não entende inglês, visto que não há legendas em português. Além disso, ao fim do jogo muitos mistérios acabam não sendo respondidos. Tais questões podem ter sido deixadas para uma possível continuação, mas deixam uma sensação um pouco frustrante.

The Keeper. Um dos inimigo que inferniza a vida dos jogadores.

 

Este é definitivamente um jogo focado no terror e sobrevivência. Os recursos são muito escassos. O jogador, constantemente, se verá forçado a utilizar de estratégias cautelosas para poupar munição e itens. Felizmente há muitas formas de se aproveitar do cenário para combater e se esconder dos inimigos. O jogo possui sim alguns momentos com mais ação e recursos disponíveis, mas são exceções dentro do conjunto geral do game.

Os inimigos receberam um ótimo trabalho em seus designs, principalmente os chefes e os inimigos mais poderosos, sendo alguns de aparência bastante grotesca. Já os inimigos mais comuns do jogo possuem aparência humana, deformados e torturados, com comportamentos violentos.

Diferente do que vemos como certa tendência atual de protagonistas mais frágeis e indefesos, Castellanos já é mais calejado. Uma carreira na polícia e traumas do passado, revelados em forma de arquivos encontrados pelo jogo, justificam a personalidade mais fria do personagem, que não fica apavorado com a excessiva violência e sangue ao seu redor. É um recorrente clichê do protagonista “badass”, muito utilizado anteriormente pelo próprio Mikami em quase toda franquia “Resident Evil”, mas que não chega a ser um incomodo.

Este é um jogo com muito, muito sangue.

 

O jogo possui uma violência altamente gráfica. É frequente que nas mortes ocorram desmembramentos, decapitações e muito sangue.

Para enfrentar os desafios do game, o jogador possui em seu arsenal, além de algumas armas de fogo como um revolver e uma escopeta, também granadas e fósforos capazes de queimar inimigos caídos, podendo atingir outros próximos. Há ainda uma besta capaz de lançar flechas explosivas, congelantes, elétricas, entre outras. Tais flechas podem ser encontradas pelo cenário ou construídas a partir de engrenagens que se obtêm ao desmontar armadilhas, bastante presentes no jogo, exigindo sempre uma atenção extra.

Também é possível utilizar garrafas para distrair os inimigos ou machados, e tochas que só podem ser usados uma vez, mas capazes de derrotar os inimigos mais comuns com um único golpe.

 

A diversidade dos cenários é um dos pontos altos do game. O jogador atravessa desde os tradicionais corredores estreitos e mal iluminados, típicos do gênero, até campos abertos bem exploráveis, passando por uma mansão e até parte da cidade.  Os cenários sofrem alterações constantemente e a transição de um para outro, por diversas vezes, se dá de forma repentina, por exemplo, quando um corredor se transforma, levando-o para um ambiente completamente diferente, o que se encaixa bem com a proposta do jogo.

A ambientação consegue dar o ar de terror e suspense ao jogo, com boa ajuda dos efeitos sonoros. A estética possui um estilo cinematográfico, o que ajuda a criar esta atmosfera mais aterrorizante, porém acaba prejudicando a jogabilidade, principalmente com a câmera, que não ajuda muito na hora do combate, por vezes forçando o personagem a ocupar quase metade da tela.

A cidade destruída é um dos diversos cenários deste jogo.

A jogabilidade é mais um elemento que se assemelha bastante com o visto em Resident Evil 4, melhorando-o e acrescentando um pouco mais do estilo stealth. Porém há alguns problemas com a movimentação do personagem, além dos já citados problemas de câmera. Castellanos frequentemente sofre de “delay” quando tentamos atravessar algum obstáculo e há bugs como balas que atravessam o inimigo sem causar dano.

O jogo possui atualmente três DLCs, que podem ser adquiridas individualmente ou em conjunto pela Season Pass. São elas: “The consequence” e “The assigment”, que põem o jogador na pele Juli Kidman, revelando importantes fatos de sua história, num estilo ainda mais stealth. E a DLC “The executioner”, onde o jogador assume o controle de um dos monstros do jogo, o Keeper, de uma perspectiva em primeira pessoa.

The Evil Within é um verdadeiro survival horror, trabalhando muito bem estes dois elementos que dão nome ao gênero e com um enredo bem interessante, apesar de confuso. É um jogo que retoma as características que consagram os jogos clássicos de Shinji Mikami. Um belo convite para as profundezas sinistras e bizarras da mente humana.

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REQUISITOS PARA COMPUTADOR

Requisitos mínimos

Processador: Intel Core i7 ou um equivalente com quatro núcleos

Memória RAM: 4 GB

Placa de vídeo: GeForce GTX 460 ou equivalente com no mínimo 1 GB de VRAM

Sistema operacional: Windows 7 ou 8.1

Espaço em disco: 50 GB

 

Requisitos recomendados

Processador: Intel Core i7

Memória RAM: 4 GB

Placa de vídeo: GeForce GTX 670 ou equivalente com no mínimo 4 GB de VRAM

Sistema operacional: Windows 7 ou 8.1

Espaço em disco: 50 GB