Kuzu no Honkai – Impressões Finais e Review

 

O final totalmente feliz de Kuzu, na visão da maioria, seria Mugi e Hana juntos como casal no fim. Até o episódio passado achei que isso seria possível, até porque a trama já tinha feito indicativos de que ambos estavam começando a sentir uma atração real um pelo outro.

Mas isso era algo real? Pessoas com forte contato físico por muito tempo acabam criando afinidade (ou o contrário), mas confundir isso com paixão é ir um pouco longe. Se qualquer um deles tivesse realmente se apaixonado um pelo outro teriam esquecido seus amores do passado e avançado com a relação rapidamente. Eles gostavam de se consolar um com o outros, estavam viciados nisso. Mas não era um amor de verdade.

A etapa final de crescimento dos dois, portanto, foi dar adeus aquela relação de uma vez por todas, para então poderem encarar seus problemas conversando, como pessoas normais, e quem sabe um dia encontrarem um novo amor verdadeiro. Foi basicamente essa a mensagem do poético e triste final.

 

Honestamente, gostei. Foi realista e ao mesmo tempo mostrou que nem todo mundo pode sair feliz dali. A professora, ironicamente a “vilã”, foi a que mais se deu bem. Mas não chegou lá sem uma mudança positiva também. Sua personalidade provocativa ainda está lá, mas sem a maldade que tinha antes, como demonstra ao ir consolar a protagonista ao mesmo tempo que a provoca com as rosas.

A amiga de infancia do Mugi seguiu em frente, assim como a amiga da Hana (que pode ou não ter terminado com o Primo, ficou em aberto).

Para um final melhor só faltou o velho e bom time-skip (passagem de tempo), mostrando uns 10 anos no futuro, talvez com o Mugi e a Hana amigos, mas cada um com um novo par, pelo qual tenham se apaixonado de verdade. A professora traindo o professor e ele comprimentando o cara (seria engraçado) e a amiga da Hana com o Primo. Seria um final ainda realista, mas positivo ao tentar mostrar que as coisas melhoraram no futuro.

Kuzu foi algo que comecei assistindo pra ver o circo pegar fogo, mas acabei realmente curtindo, e ver terminar com um bom final, o qual devo lembrar por um bom tempo devido ao peso melancólico, foi bem agradável. Nunca recomendaria para um público muito novo (tem excessões, mas a maioria prefere comédia romantica leve), mas para quem quer drama de verdade, desconstrução de personagens, personagens fora dos clichês e uma direção e trilha sonora muito acima da média, esse aqui é uma excelente recomendação.

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E você, que nota daria ao episódio?

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Review da obra como um todo:

Kuzu apresenta muita coisa diferente do normal: personagens centrais errados, não existe o herói, eles pioram antes de melhorar, a coisa certa nem sempre é recompensada, os acontecimentos estão longe de ser óbvios, tem cenas sensuais que apesar de não mostrar nada vão muito mais longe que um ecchi, e mais importante, é emocionalmente pesado.

Para quem curte um bom drama isso é ótimo, mas para quem busca um romance simples pode se frustrar com todos os seus ships dando errado e vendo os personagens fazendo coisas que não acha correto.

A direção e roteiro são excelentes, transportando 8 volumes de um mangá em 12 episódios sem parecer corrido. A animação não apresenta grande fluides, mas preza por uma quantidade de detalhes poucos vista em animes quanto ao desenho dos personagens. Para esse tipo de anime, pouco exigente em movimento, funciona muito bem. A trilha sonora é outro mérito, pelo compositor de Kimi no Uso, passa muito bem a melancolia dos personagens, e até alguma vivacidade quando preciso.

Falta um final um pouquinho mais completo usando da famosa passagem de tempo, mas ao menos o final é palpável, principalmente no que tange o amadurecimento do elenco. Nunca recomendaria para um público muito novo (tem exceções, mas a maioria prefere comédia romântica leve), mas para quem quer drama de verdade, desconstrução de personagens, personagens fora dos clichês e uma direção e trilha sonora muito acima da média, esse aqui é uma excelente recomendação.

Roteiro: 9/10

Animação: 8/10

Direção: 10/10

Entretenimento: 8/10

Nota final: 9/10

Extras

 

O poder da maquiagem e cabelo solto é assustador.