7th Garden – Uma obra sobre Vingança com uma Bela Arte | Impressões

A nova obra que dei uma olhada dia desses é o mangá 7th Garden, publicado a algum tempo na Jump Square.

A história acompanha um garoto que acaba fazendo um pacto com uma demônio para poder salvar a vida de sua mestre. Em troca, ele tem que ajudar a demônio a conseguir vingança contra 6 anjos. Ao longo de sua jornada vai descobrir que não existem necessariamente anjos ou demônios nesse mundo, que não é o que parece.

A arte dele chama atenção, o traço é bonito tanto para mulheres quanto homens, e enquanto não o foco, chama atenção pelo fanservice leve também, com a demônio nua constantemente agarrada ao corpo do protagonista (tem contexto, mas não deixa de ser sensual).

A história inicia relativamente simples, que infelizmente o autor cai na armadilha de tentar complicar rápido demais, sem dar tempo ao leitor para criar grande empatia pelo elenco antes. São inseridos vários twists e aspectos sci-fi em uns 4 capítulos, tempo que o autor devia ter gastando com missões mais simples para dar base aos personagens.

Não que os twists não sejam bem vindos. Mas ele tenta empacotar as coisas de tal forma que alguns podem perder o interesse pelo excesso de explicação, muitas vezes desnecessária, e uma história que mal começou e ele já tentou dar uma base complexa.

A parte sci-fi fica bem fácil de entender e manjar os próximos twists depois dos 10 primeiros capítulos, mas comentar aqui seria spoiler (acho que vou fazer isso no IntoxiVP). A heroína central, a demônio, é bem interessante também, oscilando entre seu desejo de vingança pelo que fizeram a ela no passado e a bondade que ainda tem dentro de si.  As constantes mudanças de aparência dela eu achei legal também.

Já o protagonista, por mais que coloquem um passado trágico – que só agora, depois de mais de 3 volumes será explicado – acaba no clichê do cara de bom coração – que por mais que tenha raiva em seu interior sempre consegue manter isso sobe controle para tomar atitudes que quase o matam sem necessidade. Ele não chega ao cúmulo do clichê de não matar, mas evita tanto que acaba lembrando os heróis altruístas clássicos. Falta desafios morais, situações que o ponham a prova e uma personalidade que o destaque para nos importarmos com ele.

A obra, no fim das contas, é levada mais pela mestre dele, a demônio (mais ou menos), do que o protagonista em si, que pode ser simplesmente classificado como “sem graça”. Estou lá para ver a heroína e como ela vai se sair em sua busca por vingança e briga constante com seu eu do passado. Além de várias partes cômicas que a tornam bem carismática.

Vale a pena? É um mangá que eu classificaria como mediano. Existe uma tentativa de criar algo um pouco mais complexo, apesar de eu não aprovar muito misturas de fantasia com sci-fi hardcore por complicações temáticas. E o maior problema mesmo acaba sendo o protagonista masculino desinteressante (toda vez que focam muito nele dá vontade de pular) e falta de inimigos mais elaborados. Mas o desenho é bonito, tem ação constantemente, e uma heroína que tem carisma. Então diria que consegue se sair como um bom entretenimento em uma hora de tédio. ‘Podia ser melhor’ é a impressão geral, mas está longe de ser ruim.

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