Drifters #12 | Impressões Finais

Não sou um fã de Hellsing, embora não chegue a desgostar da obra totalmente. O exagero visual e nas expressões foi o que mais me incomodou. Já fui, portanto, preparado para esse aspecto em Drifters, mesmo que me desse ao trabalho de deixar claro que era algo que não gostava.

A coisa, infelizmente, não ficou só no exagero de expressões trash. Diferente de Hellsing Drifters tem um uso irritante e constante de piadinhas. É quase como uma tentativa do autor de emular um shounen padrão, aonde os alívios cômicos no meio das lutas se fazem necessário para aliviar a tensão. Note o quão bizarro é tentar aliviar a tensão de um combate, quando o que se tem que fazer a meu ver é o contrario, deixa-lo o mais tenso o possível. Fazer isso as vezes tudo bem, mas Drifters faz sem parar.

Não o bastante Drifters tem um forte apelo a cultura japonesa, mesmo que mostre figuras históricas de outros países. O bate-papo completamente random sobre história japonesa é contante, e as piadas sobre também. Para quem adora história japonesa pode até achar interessante, mas para quem não tem conhecimento da mesma acaba sendo uma sucessão de diálogos e piadas sem graça. Senso de humor é algo pessoal no entanto, então de certo alguns se divertiram com elas.

Por último a falta de boas lutas soma os aspectos que mais me tiraram o interesse na obra com o tempo. Não chegava a acha-la propriamente ruim, só perdi o interesse. Não me importava com nenhum personagem, as lutas eram estáticas demais e sem coreografias para eu poder apreciar, e a história andava muito devagar, com vários episódios que podiam ser resumidos a bate papo enquanto o narrador te informava que territórios foram conquistados naquele meio tempo.

Um dos desafios em ver algo que não está gostando tanto é em parte tentar achar coisas positivas ali, e por mais que eu tentasse em Drifters eu não conseguia achar muitos, o que me deixava frustrado. A maioria dos combates é unilateral (um lado bate, o outro grita e apanha), então é difícil se empolgar com eles. E as lutas acabam saindo exatamente como planejado, matando o suspense. A parte da estratégia e conhecimento sobre guerras é realista, mas como já li muitos livros sobre acaba não senso tão interessante.

Dito isso. Ele é ruim? Não, e essa é a parte esquisita. Drifters não comete erros absurdos na história – quer dizer, o autor não dá a mínima pra biologia humana, então vai ter que ignorar o fato dos personagens se recuperaram de ferimentos fatais da noite pro dia -, ele apenas não surpreende em nenhum aspecto, não tem interesse em manter a narrativa movimentada a cada episódio, e coloca toneladas de comédia nela sem necessidade.

Em suma, acaba como uma história com potencial de colocar um bando de figuras históricas umas contra as outras, mas termina como um anime de fantasia sobre conquista de território gradual e referências a história japonesa. Combates mesmo tem poucos, e a maioria deles não muito bem animado e com quase zero de coreografias. O mérito fica apenas em manter o design consistente.

Eles finalmente entregam um climax um pouco melhor no episódio final, mas ainda assim seguindo as tendencias dos protagonistas subjugarem os inimigos sem muita dificuldade, ou tento que sacrificar companheiros pra isso. Tinha ficado interessado quando o Oda ficou perdido sobre o que fazer, mas ai o Hannibal deu a ideia e voltamos ao modelo de narrativa aonde tudo ocorre como previsto. Acaba de forma apenas “ok”, sem nenhuma grande ameaça aos protagonistas, que continuam tomando território gradualmente.

No fim só recomendaria a obra a fãs de carteirinha de Hellsing e que adoram história japonesa. Esses devem acabar gostando do anime. Já quem aprecia reviravoltas, tramas de roteiro dinâmico, desenvolvimento de personagem, animes de ação sem muitas piadas e lutas coreografadas, não vai gostar muito. Começou como algo que pensei que seria divertido, mas com o tempo acabou virando um anime bem monótono pra mim.

Para quem curtiu vai ter uma segunda temporada algum dia, então podem ficar contentes. Mas da minha parte só essa parte 1 já foi o bastante. Obras do autor de Hellsing com certeza não batem com os tipos de coisa que aprecio em narrativas, personagens e o modo como se desenvolve uma história. Valeu pela experiencia de qualquer forma.

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E você, que nota daria para o episódio?

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Notas finais da obra

Direção: 7/10 (Faz o básico, mas não conseguia mesclar a comédia com as partes sérias direito e a ação não empolgava na maior parte)
Roteiro: 7/10 (Não tem erros graves, mas é previsível, não existe a tentativa de surpreender, tudo ocorre devagar e como planejado a maior parte do tempo)
Trilha sonora: 7/10
Animação: 7/10 (Mescla bem o CG com 2D, mas quase não tem animação, com foco pesado em quadros semi-estáticos e sangue voando para tentar gerar impacto)
Entretenimento: 5/10
Nota final: 7/10

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