Tales of Zestiria the X – O Anime mais Bonito da Temporada | Impressões Finais

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Direção técnica impecável x roteiro mediano

Depois de 13 semanas, finalmente chegamos ao fim de uma jornada que para quem gostou vai continuar ano que vem, então é hora de colocarmos todo o conteúdo visto até agora em uma balança.

Tales of Zestiria foi o anime indiscutivelmente mais bonito que eu acompanhei nesta temporada, o que confesso que contou bastante pontos comigo em suas reviews semanais, principalmente porque aprecio uma direção técnica bem executada. O que gerou uma certa discussão em relação as minhas notas.

Compreendo as criticas, mas não podia ignorar as qualidades da obra e isto não quer dizer que eu sou cega em relação aos problemas que ela apresenta.

Sendo assim mesmo que eu elogie bastante a parte técnica do anime, não ignoro o fato que o roteiro de Zestiria é bem mediano.

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A armatus do Sorey é uma das transformações mais bonitas que vi em animes

Agora por que mediano e não ruim? Simplesmente porque ele é bem construído e executado.

O roteirista de Tales trabalha bem as situações e os personagens, sempre tentando manter a trama movimentada e mesmo nos episódios mais calmos acaba inserindo acontecimentos relevantes.

Contudo a história de Zestiria é a mais clichê e fraca da franquia, então não adianta você ter o melhor diretor e roteirista da face da Terra se a história original é ruim ou fraca.

Um bom roteirista/diretor consegue melhorar uma história e adicionar mais qualidade a obra, mas não faz milagres, sendo raro encontrar um diretor que transforme algo originalmente ruim em uma obra prima.

Sendo assim, as qualidades de Zestiria esta basicamente em sua parte técnica muito bem trabalhada e executada, proporcionando uma experiência agradável com a animação e compensando em partes o roteiro mediano.

Por que em partes? Por que por mais que a obra seja uma das visualmente mais bonitas que eu vi, pelo menos das seriadas para TV, a animação não cobre totalmente o roteiro mediano.

Então eu acompanhava Tales mais pelo deleite visual do que por sua história.

Os backgrounds do anime eram lindíssimos, tão bem detalhados que chegavam ao nível cinematográfico e em relação ao character design dos personagens. Não havia o que reclamar, o design era bem agradável, bonito e não pecava, principalmente as transformações do Sorey.

O CGI também foi bem empregado, principalmente em efeitos e nos monstros do anime. Contudo, eu ainda tenho birra com isto porque acho que o CG ainda contrastava muito com o 2D, então prefiro um anime feito completamente em 2D.

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Os backgrounds de Zestiria são os mais bonitos e detalhados que eu vi da temporada

A trilha sonora também não decepcionou, sendo um bom exemplo de uma  trilha bem construída e aplicada. As OST’s do anime não são repetitivas e variam bem. Música mais tensa para momentos mais tensos ou perigosos, música mais eletrizante e épica para momentos de ação, música mais medieval para momentos um pouco mais descontraídos, etc

Então o que é mais importante: Roteiro ou uma parte técnica bem executada? Na verdade, os dois são importantes, porque um depende do outro. No caso de Tales o que pesou mais foi o roteiro, que sinceramente não prende o interesse do telespectador.

Então mesmo que nessa primeira temporada, a história teve alguns momentos de ação com uma situação mais tensa nos dois episódios finais, o público ainda não tem uma experiência marcante com a obra, porque a história acaba apenas sendo legal e bem feitinha (com ressalvas).

Em relação ao elenco de personagens da trama. Ele é bem diversificado e em sua maioria são bem carismáticos, então dificilmente alguém não acabaria simpatizando com um ou dois deles.

Contudo, uma das coisas que mais desgostei foi em relação a atitude e comportamento de certos personagens. A ingenuidade do Sorey e da Alisha em determinadas partes da história era difícil de engoli (eles são pacifistas, mas você deixaria que uma pessoa te apunhalasse sem se auto-defender?).

Compreendo que estes dois personagens foram criados para serem virtuosos, e de certa forma gosto deles, principalmente da Alisha, por não ser aquela garota indefesa. Ela tem força de vontade, mas você ser bonzinho e se comportar como um idiota são duas coisas completamente diferentes.

Outro fato que me incomodou e muito é o Sorey se fazendo de poste. Em algumas situações de risco, o protagonista ficava plantado que nem uma toupeira esperando que o inimigo ou um ataque o acertasse.

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Momentos memoráveis do Sorey: O poste e Desafio a gravidade XD

Outra coisa que me questionei é se os humanos de Zestiria possuem benção para amenizar quedas, porque o Sorey dava salto de alturas (mesmo antes de ser pastor) que sinceramente como o Marco citou em um post, “ai minhas pernas” (no jogo ele cai de um precipício para dentro de um rio e praticamente não acontece nada com ele).

Acrescento a isto o fato que ainda não vi algo no enredo que confrontasse os ideais do pastor e colocasse realmente em dúvida a sua convicção. Gosto quando certos valores de um protagonistas são questionados em determinado momento da história.

Em Zestiria não vi um momento assim, sendo que algo parecido só foi feito na batalha contra o dragão com relação a morte talvez ser a única salvação de uma pessoa.

Concluindo, eu gostei de Zestiria, não me arrependendo nenhum pouco de pegar este anime para acompanhar com o público semanalmente, principalmente porque gosto da franquia de JRPG, mas não é aquele anime que se torna inesquecível.

Nota: Me perguntaram se eu pegaria a segunda parte do anime para comentar em Janeiro de 2017. Talvez sim, já que não costumo deixar as coisas pela metade, contudo se houver obras mais interessantes com toda a certeza comentarei elas no lugar dele.

Direção/Roteiro: 6

Animação/background: 9

Trilha Sonora: 9

Entretenimento: 7

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E você, que nota daria para o anime?

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Sirlene Moraes

Apenas uma amante da cultura japonesa e apreciadora de uma boa xícara de café e livros.