Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu 2 #23

Já deixei claro aqui algumas vezes como o forte de Ansatsu não é seu esmero quanto a ação. Não é um problema exclusivo da animação, e sim em conjunto da direção. São muitos efeitos pra pouca ação – reação, já que a hipervelocidade de Koro gera cenas ao estilo Dragon Ball, onde só vemos pequenos movimentos no ar. Tendo isso em vista, é aliviante que o confronto da vez tenha focado em temas mais adequados à obra: emoção e didatismo. 
Os métodos de Koro visam, desde o princípio, tornar seus alunos independentes e preparados para os obstáculos vindouros da vida, e por mais que as crianças tenham sido forçadas a amadurecer precocemente, ainda são crianças, de alguma forma dependentes. Porém, o que vimos aqui foi uma relação sintagmática (de mútua dependência), onde o sensei necessita, igualmente, do auxílio de seus pupilos, por mais que seja em circunstâncias extremas.
Circunstância essa que me foi inesperada e achei que fosse passar longe de acontecer em um anime voltado ao público menor, e por mais que o adeus de Kayano tenha durado alguns poucos minutos, rendeu uma cena bonita, bem feita (reparem como a melancólica trilha sonora cessa no momento, o que acrescenta desespero a intensidade ao acontecimento) e um exemplo para os pequenos que assistem (e leem) a obra mundialmente. Confesso que no choque do momento, pensei que fosse uma morte definitiva, apenas inocência deste que vos escreve, é claro. No mínimo, serviu pra eu finalmente perceber que sim, tenho uma personagem favorito em Ansatsu, de forma inconsciente, mas me peguei pensando “putz, justo Kaede não”.
Por mais fantástico que soar o rápido retorno da menina para nosso plano astral, não podemos negar ser coerente com tudo apresentado por AssClass até aqui: respeito, esforço, perseverança e muito otimismo. E é simbólico que após ver Kayano sacrificar-se para seu bem-estar, o polvo derrote os antagonistas não por vingança ou ódio, e sim através do sentimento que nutre por aqueles que deve e sente algo, não apenas a 3-E, mas o próprio nêmesis,  maior resquício, erro e arrependimento do passado de Koro. 
É glorificável que o roteiro do anime não seja tolo ao jogar ensinamentos de maneira teórica sem aplicá-los na prática. Quando Nagisa sugere para fugirem, não é uma atitude covarde, é sensata o suficiente para reconhecer sua inutilidade na situação e obedecer o ensinamento de seu mestre: de que fugir pode ser a melhor opção, e não um atestado de vergonha. 
O curioso é que este tinha tudo para ser o inimigo final, entretanto, ainda restam 48 minutos futuros com essa turma, e encerrar o arco tão previamente não é comum. Espero que saibam o que estão fazendo e não deixem o término da animação uma monotonia melodramática. 

Avaliação: ★ ★  ★ ★ (+0,75)

#Extras

Bela forma de terminar o episódio.