Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu 2 #19

Seria essa uma review estúpida de AssClass?

Apesar de ter estruturado minhas ações para entrar no IA bem minuciosamente – e o Marco certamente deve perceber isso hoje em dia -, quando chegou o dia de preparar as primeiras postagens, eu estava levemente inseguro. Escrevo há alguns anos, mas seria minha primeira vez comentando animes semanalmente, além de alterações em meu estilo geral de escrita. Com isso, temendo fazer feio, durante umas três semanas acompanhei atenciosamente o fórum do MAL em busca de informações. Abandonei o hábito rapidamente, pois não dava em nada. Hoje em dia, recorrendo à plataforma esporadicamente apenas. Uma dessas vezes, foi hoje. A pesquisa novamente se mostrou infrutífera, mas ao menos resultou nesse parágrafo.

O porquê dessas bisbilhotadas? Pois tem ocorrido, com uma frequência preocupante, o episódio de Ansatsu ser tão vago em conteúdo que procuro outras opiniões para complementar a minha. Me desculpem os fãs mais calorosos, mas especialmente nas últimas semanas, estou achando a obra um saco.

AssClass sempre brincou com o absurdo e deixou claro que a suspensão de descrença seria necessária para sua apreciação, mas dentro dessa abordagem exagerada, a história nunca foi tão furada como agora. O roteiro costuma ser fechado e coerente em suas devidas circunstâncias, mas esse plano do foguete mais parece uma ideia desesperada de manter o público interessado em suas invencionices. É o velho problema do autor que cai na armadilha de tentar emular a si mesmo após sucessivos êxitos por utilizar certos recursos narrativos – no caso de Yuusei, a maluquice das tramas.

São tantos os problemas na pequena aventura astronauta de Karma e Nagisa que não consigo ignorá-los. Não li o mangá para saber se o mangaká realmente não os explorou ou o texto do anime foi omisso para acelerar o tempo. De qualquer forma, no audiovisual, apresentou-se falhosamente. A facilidade com que saíram para o espaço, a atitude tolerante dos americanos na estação ao serem ameaçados e chantageados por adolescentes, como sobreviveram na embarcação (penso que Ritsu esteja envolvida nisso). Não é falta de imaginação minha, e sim um excesso de conveniência para se adequar a falta de veracidade da plot.

O objetivo de Nagisa e Karma, dois opostos extremos, da personalidade a cor do cabelo, é claramente mostrar como a amizade é sempre possível se deixarmos de lado preconceitos e atitudes arrogantes, independente das diferenças. Uma relação construída já nos dois capítulos anteriores. É uma mensagem bacana, mas desenvolvida com gosto duvidoso, assim como a veloz passagem onde Ritsu mostra um lado humano pouco visto antes e que poderia gerar um momento dramático e reflexivo, mas surge e some sem exploração alguma. Frases soltas em meio a um texto bagunçado.

É notável como Ansatsu consiga manter o fato de imprevisibilidade sobre seu final a tão pouco do término, algo cada vez mais raro hoje em dia, mas da maneira como tem sido conduzido, já estou perdendo o interesse no que há de vir.

Avaliação: ★ ★ ★ ★