Gensou no Grimgar – Uma fantasia dramática bem diferente | Review

Ok, comentei do episódio 1 a 4 anteriormente, e agora é hora de um review final. Será que foi bom, mesmo com seus contras?

Review em vídeo:

Nota: O review em vídeo nunca é igual ao escrito. Faço de propósito para eles se completarem. No em vídeo posso trabalhar melhor com exemplos visuais, enquanto o escrito é mais bem estruturado e sucinto.

Sinopse

Várias pessoas aparecem em um mundo fantástico se memorias de seu passado. Agora, terão que caçar criaturas para poder fazer dinheiro, de modo a sobreviver e prosperar nesse mundo. Acompanhamos um grupo que não está se habituando bem a nova situação.

Análise

Esse anime é a coisa mais estranha que já vi em anos. Muito disso é devido a direção dele, que se mostrou bem autoral, fazendo várias mudanças no material original. E quem está se perguntando se isso não é coisa do diretor. Bem, o diretor desse anime era o roteirista, o diretor de som e o diretor geral, ele realmente quis pegar tudo que ele achava importante para ele mesmo fazer, tamanha sua vontade de fazer da obra o que queria.

Quem ler a Novel de Grimgar vai notar que é um misto de Aventura/Ação com Slice ofe Life/Drama. É um meio a meio, mas que no anime virou um 20% aventura/ação e 80% slice of life/drama. Por que? Porque o diretor, como ele mesmo alegou em uma entrevista, queria deixar a obra mais relaxante de se assistir, retirando um pouco da tensão da obra original (genial……). Explicado isso, vamos a análise da história:

Grimgar tem um começo meio enfadonho, após alguns segundos de ação contra um Goblin. O visual bonito e uso constante de bons soundtracks disfarçam um pouco, mas depois de uns 3 episódios você nota que está assistindo algo bem peculiar, que foca mais na vida cotidiana do que na parte de aventura. Isso vai irritar alguns, quando começarem a notar que mais ou menos metade das cenas de slice of life não tem proposito algum fora deixarem o ritmo do anime mais lento/relaxante (como o diretor queria).
O drama, no entanto, quando mais forte, é bom, e causa desenvolvimento aos personagens, mesmo que vagarosamente.

A parte curiosa em Grimgar é notar que corrigir o ritmo era fácil. O anime adapta o livro 1 em 8 episódios, e o livro 2 em 4. Se tivessem feito 6 e 6 teria ficado bem mais ágil a narrativa. Que inclusive perdeu uns momentos bacanas do volume 2, como a invasão dos Orcs a cidade e o 1×1 contra o líder dos Orcs, por conta dos cortes que tiveram que fazer no livro 2 para adaptarem ele em 4 episódios. Não a toa os episódios finais foram bem mais acelerados que os primeiros, e a maioria começou a apreciar mais o anime apartir dai.

Dentre todos os desenvolvimentos o mais interessante e notório é o do protagonista, aprendendo a lhe dar com a perda e sendo obrigado a se tornar um líder, mesmo não tendo dom para isso. E o de uma nova personagem que aparece depois, que tem um trauma a ser superado. A ligação entre ambos cria até um sentimento de romance no anime, que eu não esperava. Na cena final parece meio na cara o que um sente pelo outro.

O encerramento tem seu pros e contras. Por um lado você viu que os personagens evoluíram muito como grupo do começo ao fim do anime. Eles mal conseguiam lhe dar com um goblin a principio, e no final conseguem passar por vários inimigos ao mesmo tempo sem problemas. Fisicamente a mudança foi clara. Nenhum deles virou super/badass, como muitos esperaram (sei lá porque), mas sim, evoluíram bastante. E na parte psicológica, mesmo que lenta até demais, houve a superação de vários conflitos, principalmente no que tange o protagonista e a nova heroína que entra na metade, tendo que superar seu passado.

O final dá uma satisfatória sensação de conclusão. Fizeram inclusive mudanças no original para parecer isso (não tem aquela recompensa no original), aonde eles finalmente se acertam com aquele mundo e resolvem todos os conflitos iniciados no episódio 1, não deixando aquele ar de final aberto com coisas a serem resolvidas.

Parte técnica

Grimgar tem um visual muito bonito, apesar das várias reclamações de terem alterado completamente o design original (tem o exemplo lado a lado na versão em vídeo). Algumas das cenas parecem quadros, graças aos belas cenários estilo pintura e a coloração dos personagens com um uso aquarela.

A animação é até bem fluida e tem peso a principio, mas se perde um pouco depois da metade. As lutas começam a ser unidimensionais, focando em cada personagem individualmente, ao invés de mostrar eles como grupo para dar a sensação de uma batalha grande. E a fluidez cai bastante, até com um uso exagerado de cortes estáticos e design inconsistente. A coisa estava tão feia que a cena final do protagonista contra o boss nem sequer foi finalizada (o que levou muita gente a não entender nada). Recomendo, portanto, a quem não viu, esperar a versão BD, aonde devem corrigir o grosso dos erros e finalizar a animação da última luta.

O uso constante de soundtracks vocais é agradável, mas parece exagerado em algumas partes. Pelo que deu a entender foi porque a produtora queria vender aquele grupo que cantava todas as faixas, o que levou até a algumas cenas estranhas aonde os personagens estão falando mas não escutamos nada por causa da OST cantada por cima. Ela é com certeza bonita, mas seu uso a todo momento é questionável, e, diferente das OSTS emocionais, a OST de batalha acaba não empolgando tanto.

Conclusão

Grimgar acerta em algumas tentativas de inovar no gênero. Mas seu diretor autoral decide que quer fazer do diferencial da obra seu foco principal, e ai a coisa ficou bem discutível, com um excesso desnecessário de slice of life e prolongamento do drama, que tornou a narrativa do episódio 1 ao 8 extremamente lenta. Isso melhora nos episódios finais no entanto, e notar as mudanças que tivemos do começo ao fim, com os personagens superando problemas emocionais e físicos, meio que deixa a jornada valendo a pena – até porque é bem curta (12 episódios). Para quem não tem paciência para animes lerdos eu não recomendo. Mas para quem quer um anime de fantasia bem diferente do normal, talvez valha dar uma olhada nesse aqui. O ritmo da primeira metade da história desanima, mas melhora na segunda, e a sensação quando se termina ele é agradável.

Curiosidade: Esse diretor se diz um amante de pernas. Não que não dê para notar com os ângulos que ele fica usando e a OP com as garotas em colantes mostrando as pernas…..

Direção: 6/10
Roteiro: 7/10
Animação: 8/10
Soundtrack: 9/10
Entretenimento: 7/10
Nota final: 7/10

Quem for olhar minha análise do episódio 1 ao 4 vai ver que a nota subiu bastante na avaliação completa.

Extras

Eu tenho que deixar essa cena porque nunca vou conseguir esquecer dela XD.