Como decidem quantos episódios um anime vai ter? | AnimeTopics #07

Uma pergunta que muitos se fazem (ou resmungam sobre quando seu anime favorito ganha poucos episódios). Vamos a resposta:


Introdução

Animes em geral são ou de audiência ou de vendas de BD e DVD. Animes de audiência geralmente tem um número de episódios maior (e uma verba menor por episódios), ou mesmo infinitos enquanto o material original não terminar, e o anime der audiência para estação de TV,
Enquanto isso, animes com foco em vendas de BD e DVD são menores, variando de 10 a 26 episódios (as vezes mais, mas é raro), geralmente mais bem produzidos por terem mais tempo e mais verba por episódio (pelo que pesquisei uns 30% – 40% a mais, mas varia).


Versão em vídeo:

Versão escrita:

Mas como decidem se vai ter 12 ou 24 episódios?

O produtor, que está bancando o anime, quer retorno – e um anime tem vários produtores, com o mais relevante sendo o produtor principal, que está bancando a maior parte do projeto (geralmente Aniplex, Bandai, Toho, Kadokawa ou Pony Canyon). Ele só vai dar mais de 12 episódios para o anime se achar que é essencial ou viável de alguma forma.
Se a obra só tem um climax decente no volume 8 do mangá, talvez seja viável 24 episódios para deixar que adaptem até lá. Ou se a obra não é popular e só tem um climax bom no volume 8, podem rushar o anime para chegar até lá em 12 episódios. Ou se a obra não tem um bom climax para fechar o anime, pode acabar surgindo o temido final original.
Se o produtor já tiver avaliado o roteiro original, ou obra a ser adaptada, e tiver decidido por um número pequeno de episódios, cabe ao diretor e roteiristas convencerem ele do contrário. É a lábia deles ou de outra pessoa do comitê de produção (produtores que financiam a obra), que vai decidir o número de episódios.
O produtor quer jogar seguro, então vai precisar de motivos lógicos que justifiquem quase o dobro da verba para 24 episódios ao invés de 12.
Quando os produtores não apostam muito na obra costumam surgir aqueles animes rushados, com muito material adaptado em 12 episódios (tem exemplos na versão em vídeo), de forma a fazer uma propaganda rápido do material original como a editora quer, e quem sabe, com todo aquele material e personagens de vários volumes da obra apresentados, um deles não acaba caindo no gosto do público.
Ou não, algumas vezes é o roteirista que achou uma boa ideia a obra ser adaptada de forma rápida, e se o comitê de produção e diretor não tiverem nada contra, vai ficar assim mesmo.
Gênero importa
Alguns gêneros tem mais facilidade que outros para conseguir mais episódios.
Animes de ação ou esporte, por exemplo, são mais fáceis de conseguir 24 episódios, já que animes mais movimentados tendem a vender mais na maioria dos casos (não é regra no entanto).
Enquanto isso comédias tendem a ter quase sempre 12 episódios, dado que, geralmente, tem mais chances de vender menos.
Popularidade do original importa
A popularidade do material a ser adaptado conta. Se for uma obra bem popular e que venda muito (mangá ou light novel), a chance de um número maior de episódios aumenta. Enquanto se for uma obra desconhecida, cujo original vende pouco, a chance diminui. Como tudo, existem exceções, mas a regra geral se você observar as adaptações ao longo dos anos é essa.
Conclusão
O número de episódios é uma decisão da produtora principal da obra, ou as vezes conjunta do comitê de produção. Em ambos os casos, eles precisam achar motivos que justifiquem esse número de episódios.
Os motivos podem ser muitos, desde um personagem carismático que apareceria mais a frente na história, até ela vender muito e eles acharem que as vendas do original vão ser refletidas no BD e DVD (o que não é sempre o caso, vale dizer).
Existem, provavelmente, mais variáveis possíveis para essa decisão que eu não citei. Mas a ideia básica é essa.
E claro, tem também aquele motivo obvio de “não tem material original o bastante para mais de 12 episódios”. Caso de One Punch Man, da capa do post.

PS: A versão em vídeo tem exemplos e é um pouco mais detalhada, comparada a versão escrita, aonde tentei ser mais direto. 

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