Impressões semanais: Ansatsu Kyoushitsu 2 e Musaigen no Phantom World #02

Uma melhora significativa em ambas as obras

Olá fãs de anime, aqui quem vos fala é Carlos Dalla Corte, novo membro do IA. Sou fã de animes há 15 dos meus 20 anos, tendo começado essa paixão com as clássicas aventuras de Seya e Goku, na TV aberta. De lá para cá, foram muitos animes e mangás, sendo InuYasha, Evangelion, SAO, Fate/Zero e Orange as obras que possuo mais carinho. Passo meu tempo consumindo cultura pop, seja filmes, seriados, K-Pop ou essa indústria japonesa que nos junta neste site. No tempo livre, curso odontologia. Espero que curtam meus textos :D!


Ansatsu Kyoushitsu 2 #02

O 1º episódio da 2ª temporada de AssClass 2 poderia facilmente ter sido o último da 1ª, ou uma OVA como brinde para aqueles que comprassem a obra em mídia física, sendo sua inserção no início da continuação apenas justificável para fins de logo imergir o público de volta para seu universo. Baseado nisso, seria sensato presumir que a trama começaria realmente no 2º capítulo, e foi o que aconteceu. Após vencerem a disputa de provas com a classe A, a turma 3-E voltou de férias para a 2ª parte do ano letivo – e os últimos meses para salvar a terra de seu adorável monstruoso professor.
Eu não acompanho o mangá de Yuusei Matsui, mas é notável a criatividade que o autor possui para elaborar novos planos de assassinato contra Koro-sensei. As palavras-chave dessa temporada serão, certamente, no sense e criatividade novamente. Uma década e meia vendo animes – e isso é bastante tempo, com muita bizarrice presenciada -, o que poderia me deixar calejado, mas AssClass ainda consegue me surpreender.
A ideia de assassinato por um pudim gigante(!) poderia soar forçada em outros contextos, mas considerando a falta de limites de abordagem já confirmada por esta obra, é apenas uma reafirmação de sua engenhosidade, que é, afinal, seu grande charme e diferencial. É óbvio que o plano iria fracassar, mas nos manter interessados mesmo assim, é um mérito do diretor Seiji Kishi e a equipe técnica envolvida, que nos fizeram criar tanta identificação com estes personagens. Apesar de ser sabido que no final o polvo amarelo sobreviverá (afinal, estamos em um 2º capítulo), é a forma que isso ocorrerá que atrai. 

Os bizarros – e humanos – fetiches de Koro-sensei.
Tão absurdo quanto este plano, foi o 2º arco do episódio. A brincadeira com o fetiche do sensei é hilário, conferindo um ar de ingenuidade e naturalidade a criatura, se assemelhando mais à pessoas normais, já que possui desejos tão carnais. O cliffhanger deixado para o final cumpre no seu papel de gerar expectativa, mas não exatamente o tipo de expectativa desejado. O grande ponto fraco do anime em sua 1ª temporada, para mim, foram justamente as cenas de ação clichês – as batalhas, não as elaboradas ideias dos alunos. E como todas as participações de Itona Horibe no anime foram em lutas, sua presença tornou-se razoavelmente irritante e um mau presságio do que estaria por vir. Como o diretor é o mesmo, imagino que as cenas de ação seguirão o mesmo padrão.

Ansatsu também precisa de preocupar com seus personagens. Existe uma gama definida deles que receberam um bom desenvolvimento, e seria benéfico logo surgirem novos envolvidos na trama, seja alunos(o que é mais improvável pelo calendário escolar), professores ou assassinos. Não que os protagonistas já mostrados sejam insuficientes para conduzir a trama, mas inovação sempre é essencial para que o sucesso de um show perdure. São desafios proporcionados justamente pelo alto nível apresentado em sua 1ª temporada.
Bônus: como são lindas a Op e End de AssClass 2. Se as duas primeiras aberturas eram abusivamente enérgicas(eu particularmente não apreciei nenhuma, apenas me acostumei a elas), essa é ainda movimentada, mas com um ritmo e vocais mais atraentes. Já o novo encerramento – Kaketa Tsuki de Shion Miyakawa – mantém o nível de Shooting Star, o que não é pouca coisa.

Musaigen no Phantom World #02

Me decepcionei muito com a estreia deste anime, logo, seria difícil pra esse 2º capítulo de Phantom World me parecer pior do que o piloto. Felizmente, o que se vê é uma evolução enorme, que coloca certa expectativa para termos um resto de temporada empolgante e afinal, digna de seu estúdio.

Se no episódio 1, tivemos uma introdução básica de sua trama e uma apresentação rasa dos personagens, focando apenas no humor e no fanservice, o capítulo dessa semana soube balancear os fatores supracitados com o que se espera de um shonen, ação com o esmero técnico do Kyoto Animation.
A química entre o trio protagonista é muito interessante natural, Ichijou é o protagonista inteligente, mas atrapalhado, Kawakami é uma espécie de Tsundere e que compõe grande parte dos momentos de fanservice com seus enormes seios, que são plenamente focados em movimento a cada magia que a mesma usa. Reina ainda não mostrou um grande desenvolvimento, mas o traço e dublagem tornam-a adorável e frágil, apesar do grande poder que possui. Difícil não identificar com ao menos um dos 3. A nova personagem introduzida, Minase Koito, é uma espécia de lobo solitário. Nascida com um grande talento para enfrentar os phantoms(criaturas sobrenaturais que podem ou não ser maléficas), ela recusa ajuda e até mostra certo desprezo pelos outros, mas afinal, todos sabemos como essa história vai acabar. O simples fato de dar ênfase para sua personalidade entrega que logo ela será vista ajudando o trio principal. Outro fator que me agrada é que como pouco sabe-se sobre os phantons, vamos descobrindo sobre eles junto com o desenrolar da história, aumentando nossa identificação.

Minase Koito, a nova e estilosa personagem.
Não que comentar a qualidade técnica do Kyoto seja muito difícil, mas ainda é um alento ver uma obra tão bem tratada, se comparada ao que vemos em grande parte das animações por aí. O design de produção dos cenários merece destaque, muito pela sutileza que transmitem na circunstância necessária. Na 1ª batalha do episódio, contra os robôs, o cenário é mais escuro, transmitindo uma áurea de mistério e até ameaça maior, apesar de sabermos que ainda é cedo para qualquer acontecimento aterrador envolvendo os heróis. Serviu muito bem para mostrar a eficácia de Koito e como o trio já está entrosado. Enquanto a 2ª luta, no dormitório feminino, é totalmente cômica, entregando o ponto alto do fanservice, quando eu justamente estava estranhando sua falta. Poder de cura chupando o dedo. Que ideia, que simbolismo maroto. Ambas as cenas de ação serviram a seu propósito e foram mais divertidas do que a dança com postes(WTF!) do anterior.
Uma melhora realmente considerável para um anime que não me empolgou muito no episódio anterior. Meus lamentos ficam por conta da trilha sonora, tanto a instrumental quando OP e End. Ao contrário de Kyoukai no Kanata, primeiro projeto do estúdio no gênero, que possuía uma boa abertura e um dos melhores endings ever, Phantom World peca nos dois. Não achei nenhuma das duas músicas memoráveis. Já a trilha instrumental é uma curiosa escolha de eletrônica nas cenas de ação, mas que acaba enfastiando por repetição. Algumas alterações de ritmo e intensidade poderiam torná-la mais emocionante.
Ainda que não seja um anime fantástico, esse 2º capítulo conseguiu gerar alguma ansiedade para o que veremos a seguir, como disse Ichijou no final.

Extras

O contraste entre os ambientes das lutas. Sombrio no 1ª, claro e irreverente na 2ª.

Achem o erro.