Impressões semanais: Etotama 7

Episódio de recapitulação

-Como todos já devem saber, não aconteceu muita coisa nesse episódio. Nesse caso, permitam-me enrolá-los falando um pouco dos bastidores da produção de posts semanais. A maior dificuldade desse tipo de post é conseguir manter uma quantidade mínima de tópicos-chave ou um tópico central extenso que possa ser trabalhado de forma coesa e coerente. O último caso é menos comum nesse tipo de postagem, sendo mais comum em resenhas (exemplo), visto que a delineação de um tópico central enquanto o redator está assistindo e tendo que lidar com o compromisso de postar semanalmente é muito mais difícil do que quando se dispõe de alguns meses para pensar sobre o assunto. Outra limitação da postagem programada refere-se à percepção do usuário, que depende do autoconceito que a pessoa de si mesma e dos seus motivos, sendo fundamentalmente seletiva, o que gera aquelas discussões inúteis (na minha opinião) que dependem mais do gosto da pessoa, de quais temáticas são relevantes, e o peso dessas temáticas em relação às outras (exemplo: eu não conheço/me importo com a maioria das referências em Psycho Pass, e isso constituiu um fator limitante na minha experiência ao assisti-lo). A percepção pode expandir-se por meio de novas experiências e mudanças no autoconceito, algo que, no meu caso, se dá majoritariamente por meio de leitura acadêmica e científica. Em suma: a avaliação de algo é em grande parte dependente das capacidades de percepção do sujeito, que podem ser vastas como o oceano ou ínfimas como um laguinho, de acordo com a amplitude do próprio autoconceito e de sua seletividade. 

O pretexto


-Esse episódio foi construído a partir da premissa de procurar o antídoto para a Nya-tan, que foi transformada em pedra, mas na realidade isso foi apenas um pretexto para a recapitulação (que infelizmente, não teve em Shirobako). A criação de histórias a partir de um contexto vago (encontrar um tesouro que não se sabe onde está, por exemplo) é uma ótima forma de estender as mesmas o máximo de tempo possível, pois o autor é livre para fazer o que ele quiser até o final da história, quando o tesouro finalmente for encontrado, os fragmentos da joia da alma/memórias forem reunidos ou todos os times de futebol existentes forem derrotados pelo time do protagonista (nesse caso, como o futebol nunca falha em providenciar novos campeonatos e as personagens não precisam envelhecer fielmente, isso realmente pode se estender para sempre se o autor quiser).

Chuva de informações


Sim, essas são fichas de personagem utilizadas em estúdio
-Os blogueiros BRBRhue gostam de chamar isso de “infodump”, porque os gringos que eles leem também chamam, e como grande parte da nossa cultura é importada, esse resultado era previsível. Nesse episódio, eles resolveram repetir todas as informações explanadas nos episódios anteriores e acrescentar algumas outras, como as regiões protegidas por cada Eto-shin e detalhes aparentemente sem importância, como o peso da Shima-tan e o fato de a Moo-tan ser vegetariana (o que não é surpreendente, já que ela é uma vaca). Isso foi aproveitado como forma de explorar um pouco a personalidade da Shar-tan, que parece adepta das artes da fofoca e da zueira brbr (não tanto quanto a Nya-tan nesse segundo aspecto). 

Condensação de energia


-É explicado também que o Pretty mode é na realidade uma condensação da energia Sollul, o que explica o fato de elas ficarem mais fortes quando menores. Ainda não me deparei com uma analogia próxima em termos de mana, então vamos apelar para evolução dos hardwares de computação. Esta é dividida em 5 gerações: primeira geração (válvulas), segunda geração (computadores de grande volume, transistores), terceira geração (circuitos integrados), quarta geração (circuitos integrados em larga escola, microcomputadores e microprocessadores) e a quinta geração (supercomputadores, conectividade, “inteligência artificial”), que ainda está em andamento. Nota-se que quanto maior a evolução dos sistemas de informação e comunicação, menores os componentes e maior é o seu desempenho, e o mesmo se aplica à Nya-tan e às outras Eto-musume. 

A sugestão


-O episódio teve recapitulações, mas não consistiu apenas nisso, chegando a sugerir/brincar com a possibilidade de acesso às memórias da Nya-tan, que ainda não foram desvendadas, porém percebe-se nas entrelinhas que ela era amiga da Chuu-tan no passado e deve ter ocorrido um mal entendido (ah, oregairu) que fez com que elas se desentendessem e a Nya-tan perdesse as memórias do ocorrido. “Já que estamos quase no fim do episódio, devemos lembrar aos telespectadores que semana que vem o enredo volta a caminhar, então não deixem de nos assistir” ou algo assim.

Referências:


MOULY, George J. Psicologia educacional. São Paulo: Livraria Pioneira, 1973.

DELANDA, Manuel. War in the age of intelligent machinesNew York: Zone Books, 1991.

Slides da aula de tecnologia aplicada à educação.