Impressões semanais: Etotama 6

-Olá. Duas semanas depois estou de volta, com a justificativa de que no último fim de semana tive pouco acesso ao computador (e à internet, consequentemente), o que me impediu de escrever o post do episódio 5 em tempo hábil, já que dia de semana é improvável me sentar e fazer isso aqui. Como os posts semanais só fazem sentido dentro de uma data de máximo aproveitamento, resolvi deixar o último episódio de lado e escrever somente o dessa semana, visto que nesse ponto todo mundo já esqueceu dele. Enfim, vamos lá.

Comércio ilegal

-Como diz o ditado de autoria desconhecida, “o lixo de uns é o tesouro de outros”. O valor de uma posse, de uma ideia ou de uma pessoa é totalmente pessoal. Mesmo que pareça absurdo negociar um selo a preço de banana, para os negociantes é totalmente válido e até justo. Vale lembrar que antes de as primeiras moedas serem cunhadas, todo o comércio era efetuado mediante a troca de bens materiais (eu te dou uma ferramenta produzida por mim e você me dá comida, por exemplo), e a tradição persiste até hoje, seja na troca de brinquedos, de tazzos nos anos 90, de figurinhas repetidas por novas, ou até mesmo nas feiras de troca. E a Nya-tan continua a nos surpreender, obtendo selos de uma forma distinta das anteriores todas as vezes.

Incorrigibilidade comportamental


-O comportamento da Nya-tan é algo que volta e meia algum membro do zodíaco tem que comentar, seja reprovando suas ações ou criticando a oscilação de sua personalidade. Não fazia ideia, entretanto, de que isso poderia configurar um entrave a sua entrada no zodíaco chinês. Mas se formos analisar os conceitos, faz sentido. Como a Shima-tan disse, o Sollull é obtido através de sentimentos de admiração, e a Nya-tan não esteve fazendo nada nesses últimos episódios para agradar a comunidade em geral, dependendo apenas da energia (de alta qualidade, por sinal) provida pelo Takeru. Ela crê piamente que se juntar todos os 12 selos do zodíaco, conseguirá entrar, mas será que é isso mesmo? Levando em conta que a força de um símbolo é determinada pelo grupo que o venera (um totem tribal não teria força em uma comunidade cristã, por exemplo), não estaria Nya-tan, cujo símbolo é desconhecido e não venerado, fadada a cair em esquecimento, mesmo após reunir os 12 selos? 
-É a velho caso do conformismo advindo da superproteção. O Takeru é como uma garantia de que nada vai dar errado, e como a Nya-tan se recusa a abandonar a segurança das suas asas, ela não tem oportunidade de crescer, já que aprendeu a obter o que quer de forma exploratória, e não houve ninguém para questionar seu comportamento e nenhuma situação em que tenha experimentado a falha (teve a derrota contra a Chuu-tan, mas ela ter aprendido algo com isso é discutível). Nya-tan é um ótimo caso para se trabalhar psicologia infantil. 

Metalinguagem³

-Novamente há citação a episódios anteriores, além da Uri-tan avisando ao público que ainda falta bastante tempo para o episódio terminar. Esse tópico já está ficando esgotado, então eu devo parar de fazer menção a ele.

Amadurecimento da personagem (?)


-Quando você tem uma protagonista que ostenta um excesso de características indesejáveis, como egoísmo, desonestidade e falta de noção, algumas das pessoas que estão assistindo esperariam que parte desses atributos desaparecesse à medida que a personagem amadurece. Se a temática for shounen, espera-se que esse amadurecimento, na maioria dos casos, ocorra durante uma batalha ou uma situação de tensão entre o herói e o antagonista. Acredito, portanto, que esse era o efeito desejado no caso presente, com a ressalva de que, visto que é um anime de comédia, eles não perderam a oportunidade de parodiar toda essa situação (na parte em que ela conclui que não tem muitas memórias com o Takeru). Fica, porém uma pergunta nas entrelinhas: Será que a Nya-tan não falou todas aquelas coisas porque esperava com isso obter mais Sol/Lul e vencer a batalha?