Impressões semanais: Yuuki Yuuna wa yusha de aru 8

-Esse programa é patrocinado pela Apple: “Comprem os nossos iPhones e ajudem o mundo a se livrar dos vertex que a nossa principal concorrente manda para tentar sabotar nossas vendas.”

-Parafraseando o ilustríssimo poeta Emiya Shirou, temos que “pessoas morrem quando são mortas”. E não só as pessoas, todos os seres vivos nascem, crescem, reproduzem e morrem; animais, vegetais, fungi, protista e monera. Visto que morrer é uma prática tão disseminada entre todos eles, a escolha sobre qual dentre estes deverá representar esse ciclo é uma escolha importante, cujas premissas são predominantemente simbólicas. E o símbolo escolhido pelo comitê de produção de Yuuki Yuuna foram as flores.

-Não sou especialista em flores, logo não faço a mínima ideia do que a flor de cada uma das personagens representa, mas uma pétala de flor caindo é um sinal bem inteligível (e eles ainda se deram ao trabalho de explicar, tirando-me a oportunidade de fazer a analogia e parecer esperto). Resumindo: o Mankai simboliza o desabrochar da flor, e o Sange é sua morte gradual, pétala por pétala até não sobrar mais nada. “Ao invés de matá-las de uma vez, vamos induzir o desespero pouco a pouco” – essa seria a ideia, o que é de meu agrado, visto que o uso de mortes para efeito de choque é algo que todo mundo que quer escrever coisas do tipo já faz. É como dizia o velho Dumbledore (que morre no sexto livro): “Sua falha em compreender que existem coisas piores que a morte sempre foi a sua maior fraqueza…”.

internada-chan kawaii desu
-A política do anime é trabalhar com o que já existe ao invés de adicionar coisas novas. Isso implica que o plot twist que era esperado foi justamente o mesmo plot twist que ocorreu, e o fator variante é a forma como aconteceu – uma menina enfaixada como uma múmia e sem as pernas alegando ser a senpai das heroínas. Eu achei que foi bem conduzido, pois ela não serviu apenas como uma ferramente de desvelamento da verdade, mas expandiu o universo mesmo que um pouco. Não se trata apenas do fator kyuubei – usar e descartar – mas também engloba aspectos religiosos, isto é, a crença na divindade da virgem (adultos não podem se tornar herois, e desconfio que garotos também não), a restrição que as responsabilidades de sua vida acarretam, a proteção e o isolamento de outras pessoas, e a veneração exibida pelos membros do culto (isso existe no Nepal).

-Isso não anula o fato de elas terem sido enganadas, visto que o próprio Tasha demagogicamente negou saber desse esquema. A troca foi equivalente, mas em favor de outrem, não delas mesmas, que foram oferecidas como sacrifício pelo bem maior (Jecht em FFX, Rosette em Chrono Crusade, Haruto em Valvrave). Presidentes não lutam na guerra, como diz a música do SOAD, eles mandam os pobres no lugar. O próprio sistema garante que elas não vão morrer no processo, sugando o máximo possível das funções vitais das mesmas, e é por isso que as batalhas até agora foram relativamente seguras, sem perfuração de carne ou braços sendo cortados a toa.

Carregou a barra de especi…digo, de Mankai. Já estão pensando no videogame.
-O que fica é a incerteza e o desespero. Yuna está otimista (como sempre) e acha que vai resolver o problema, mas talvez não haja solução ou terminem o anime com uma solução temporária como fizeram em Madoka. Aguardemos.

Nota: 70/100

ps: o episódio 7 não está no título e nem no texto porque eu não fazia a mínima ideia do que escrever sobre ele.