Guest post: Kyoukai Senjou no Horizon S2

Vamos lá. Esse post vai ser sobre a segunda temporada de Kyoukai Senjou no Horizon e está um “pouco atrasado”… Continuando diretamente do final da primeira temporada que teve uma espécie de cliffhanger onde a Tres España começou a invadir Musashi temos uma temporada ainda mais caótica (no melhor sentido da palavra) que a anterior. O primeiro episódio mostra Musashi sendo atacada pela Tres España e em seguida pela Inglaterra. De certa maneira essa segunda temporada começou com o melhor que Horizon pode oferecer: Muita ação, comédia, casais e a criação de uma boa base para futuros eventos.

Post escrito pelo @Imouto_lover.

Pensando um pouco melhor essa segunda temporada foi praticamente isso. Claro sem esquecer o desenvolvimento de vários personagens que até então pareciam ser secundários ou que surgiram aqui. Dessa vez o foco não se concentrou somente em Musashi e expandiu para outros dois grandes países: Tres España e a Inglaterra. Ao mostrar a situação e os objetivos de cada um tudo tende a ficar mais divertido, afinal é fácil se apegar a alguns personagens e acabar ficando sem saber para quem “torcer”.
Como na temporada anterior um volume inteiro foi adaptado. O volume 2 de Horizon também possui duas partes e a segunda é caracterizada por ser a light novel mais longa da Dengeki Bunko com 1153 páginas. No total esse volume tem 2100 páginas adaptadas em somente 13 episódios. Normalmente isso seria uma situação desesperadora para muitos fãs da obra original, já que cortes são mais do que inevitáveis nessa situação, mas… A reação em geral foi bem positiva. Tanto dos que viram somente o anime como dos que já haviam a light novel antes. Até assusta de como no geral o pessoal aceitou vários cortes e um fato que deve ter contribuído muito foram a grande quantidade de lutas ao longo do anime e como elas foram adaptadas sem nenhuma enrolação. Deve dar para notar que existem cenas que duram pouco mais de um minuto e na light novel isso com certeza usa muito mais páginas do que parece.

Bem, vou levar em conta que quem está lendo esse post já viu as duas temporadas e por isso não vou me preocupar em contar spoilers. O esquema dessa temporada pode ser descrito brevemente da seguinte maneira:
  • Confronto inicial de Musashi contra Tres España e a Inglaterra;
  • Desenvolvimento de personagens + Criação da base para uma possível aliança com a Inglaterra;
  • Confronto contra a Inglaterra + Negociações;
  • Preparações para a Batalha da Armada;
  • Resgate da Mary + Batalha da Armada.
É possível descrever como a quantidade de detalhes se manteve tão alta quanto a primeira temporada, como a qualidade de animação se manteve estável durante o anime, entre outros detalhes, mas o que eu gostaria de focar nesse post são nas várias relações desenvolvidas ao longo desse volume.

Em um primeiro vou tentar mostrar um pouco de desenvolvimento entre personagens que não foram centrais a história. Obviamente tiveram grande importância com seus respectivos papéis, mas não foram os protagonistas propriamente dito. Por exemplo a Suzu e a Adelle. Como o próprio Toori disse no terceiro episódio a Suzu é a personagem mais honesta da turma e a sua habilidade de compreender a situação e agir de forma correta é uma de suas grandes vantagens. O fato dela ter começado a temporada sem confiança e depois ganhando uma “missão” de servir como refém, até se tornar uma personagem chave na Batalha da Armada mostraram como ela conseguiu ganhar um pouco de confiança por não ser mais a “protegida” da turma. De uma maneira diferente, mas similar a Adelle teve uma importância tremenda protegendo a Suzu quando ela era refém e principalmente como a comandante de Musashi na Batalha da Armada por causa da ausência do Neshinbara. O fato dela admitir suas fraquezas e pedir ajuda quando necessário e ter a ideia louca de usar Musashi daquela maneira no final mostram o quanto ela tem capacidade e sabe de suas limitações. Isso mostra que apesar dela servir como o escudo oficial(lol) de Musashi, que ela também tem capacidade de ser a “cabeça” em uma grande batalha como a Armada. Isso traz várias possibilidades de futuros desenvolvimentos.
O casal Azuma/Miriam realmente não teve uma importância notável até agora, mas o desenvolvimento deles aparenta ser o mais “normal” em meio às circunstâncias que Musashi se encontra. Algumas coisas influenciam negativamente no começo como a piada da definição de sexo, mas no fim a relação dos dois só tende a melhorar com o tempo. Infelizmente as chances desse casal mostrar a sua importância na história de forma animada é mínima, mas algo assim no mundo de Horizon chega a ser “surpreendente”.


A revelação da Naomasa da sua relação com o Jizuri Suzaku também foi uma espécie de desenvolvimento considerando que ela sempre aparentou não ter nenhum problema maior em frente aos outros. O fato dela ter o verdadeiro Jizuri Suzaku mostra que ela realmente pode se tornar uma personagem chave em futuros eventos e isso leva a pergunta de como a irmã dela foi parar naquela situação no passado. Afinal de contas o Jizuri Suzaku por si só já é um Bushin (God of War) com habilidades acima da média. Assim a história de Horizon vai introduzindo várias questões pouco a pouco até que elas possam ser desenvolvidas no tempo certo e talvez até de uma maneira surpreendente. Quem sabe a origem de vários problemas não é a mesma?

Agora sim, vou tentar focar um pouconas principais relações e desenvolvimento de personagens dessa temporada. Em primeiro lugar a lista:
  1. Toori/Horizon
  2. Malga/Naruze
  3. Elizabeth/Mary
  4. Muneshige/Gin
  5. Felipe/Juana
  6. Neshinbara/Shakespeare
  7. Tenzou/Mary
Quanto ao casal Toori/Horizon nem é preciso comentar como eles são uma parte vital da história de Horizon. Seja com momentos de comédia ou em momentos sérios como no episódio 6 ou na conversa final da temporada é possível ver como pouco a pouco a relação deles vai evoluindo com discussões sobre o futuro deles e do mundo e como a Horizon interage com a volta de seus sentimentos. É interessante já perceber como a Horizon começa a demonstrar mudanças em seus pensamentos e atitudes sobre algumas questões. No começo ela seria completamente contra o Toori sair em guerra contra outros países para recuperar seus sentimentos, mas agora ela disse em um primeiro momento que deixaria para decidir isso mais para frente. Considerando que o caminho ainda é muito longo, esse tipo de desenvolvimento detalhado realmente faz com que seja interessante observar essas mudanças na heroína da história.

Ao mesmo tempo o Toori apesar de ter passado boa parte da temporada pelado mostra que ele sempre está observando bem os outros (caso do Neshimbara por exemplo) e parece saber mais do que parece em alguns momentos (Tenzou no episódio 8). Por essas e outras que o Toori é um protagonista diferenciado. Não é ele quem luta ou quem negocia, mas ele está sempre presente nos momentos cruciais apoiando quem está na “linha de frente”.
Quanto a Malga e Naruze vale dizer que quem realmente teve um bom desenvolvimento foi a Naruze. Com várias derrotas e perda de confiança a Naruze estava tendendo a não admitir suas fraquezas até a Kimi ter um momento de pure awesomeness e “forçar” ela a aceitar as coisas. Interessante notar como em seguida seria essa mesma dupla que conseguiria derrotar a Dudley e a Cecil durante o resgate da Mary.


A relação entre a Mary e a Elizabeth é de certa maneira confusa, já que pelas memórias mostradas em Avalon e a revelação delas mais para frente, fica claro que não havia uma decisão necessariamente correta. Ainda assim elas se amam como irmãs e isso fica claro com a frase: “Long time no see my dear friend.”

Okay, a partir de agora começo a comentar sobre os 4 casais que mais tiveram foco nessa temporada. A começar pelo casal Muneshige/Gin. Se for parar para pensar a base do desenvolvimento deles começou desde a primeira conversa deles na primeira temporada. Toda a questão de continuar sendo o “mais forte” fez com que surgisse uma forte rivalidade entre a Futayo e a Gin. Isso sem contar os fortes sentimentos envolvidos na relação entre os dois. O fato deles terem tido uma ED especial no episódio 12 mostra como eles eram amados pelo staff e ao mesmo como a relação entre os dois é muito forte. O fato da Gin ter admitido a derrota antes da Futayo “dar o golpe final” mostrou como a Gin coloca o Muneshige acima de tudo, afinal foi ele quem livrou ela de inúmeras coisas. E claro, a conversa final deles no episódio 13 fechou da melhor maneira possível. Se a Gin fez de tudo pelo Muneshige, então o Muneshige também faria de tudo pela Gin. Nos poucos momentos que teve o Muneshige mostrou bem a razão pela qual a Gin ficou atraída por ele. Gosto demais da interação desse casal =3

Com relação ao casal Felipe/Juana é interessante notar como tudo começou por um sentimento de culpa do Felipe e com o passar do tempo a situação se inverteu e a Juana se aproximou dele mentindo e assim tendo um sentimento de culpa. No fim, vários desencontros marcaram a relação dos dois e na Batalha da Armada tudo foi resolvido da melhor maneira possível. O Felipe como personagem é bem interessante. Apesar da sua idade e falta de confiança por erros passados, ele mostra que na verdade é alguém muito sábio na sua área de atuação. Tanto é que a grande diversão da Batalha da Armada são os vários twists e táticas usadas durantes os 4,5 episódios. E em meio a essa Batalha que as revelações acontecem e aquele sorriso do Felipeno episódio 9 é… Pra acabar. Realmente aquela cena ficou perfeita no anime. A conclusão disso no episódio 11 e o desejo de vitória no episódio 13 mostram como tudo “deu certo” no final. Clichê, mas se bem feito sempre fica emocionante e olha que isso teoricamente veio do lado de uma das facções inimigas. É por essas que gosto tanto de Horizon.

Neshinbara/Shakespeare. É difícil compreender por completo a relação entre os dois considerando o uso das obras de Shakespeare durante os seus confrontos, mas tem um post incrível do grande @Fenris_LupusAQUIque explica muito bem qual a relação entre essas obras e a relação entre os dois. Novamente o Kawakami mostra como sabe o que está escrevendo e é de certa maneira, divertido, ver como a relação dos dois se tornou após esses confrontos. O final me pegou de surpresa na primeira vez que li e bem, foi algo positivo para mim, afinal não imaginava que mais um casal pudesse surgir dessa maneira. E claro, aquele sorriso da Shakespeare é de matar qualquer um 😀

Por último o casal mais importante nessa temporada e que foi unido pelo tema comum de “feridas”. Um ninja que não pode mostrar suas feridas e uma condenada a morte que só tem feridas. Essa combinação perfeita entre o Tenzou e a Mary foi com certeza o destaque dessa segunda temporada. Desde o primeiro encontro onde a Mary não conseguiu aceitar a atitude to Tenzou (salvar as crianças no episódio 2), de como eles foram se conhecendo durante os episódios 3-4, até a revelação e despedida no episódio 7, culminando com o reencontro e confissão no episódio 11 foi demais (por falta de uma palavra melhor lol). É difícil explicar em poucas palavras, mas o desenvolvimento da relação entre os dois foi tão natural que era até certo ponto previsível que algo como que aconteceu na primeira temporada poderia acontecer. Novamente tivemos humor nos momentos mais sérios, mas isso que marca Horizon como um todo. Você ri, você chora, você se comove em poucos minutos. É bom demais.

Enfim, tentei explicar algumas coisas bem por cima e ao longo do post me lembrei de vários outros assuntos que poderiam ser explorados. Por exemplo a questão da rivalidade criada durante esse volume. Noriki e os irmãos Valdéz, Naomasa e Fusae, Shirojiro e Takakane, Nate e a Walsingham, Futayo e Gin, entre outras. Também dá para fazer alguma espécie de análise da Recriação da história e dos eventos históricos reais. A Batalha da Armada por si só já seria uma diversão enorme fazendo essa comparação. Assim como poderia simplesmente comentar como fanboy e escrever várias e várias linhas só comentando o episódio final: Todo aquele confronto cheio de casais, a decisão do Felipe, personagens de futuros volumes, epílogo, etc. Bem, paro por aqui porque é assunto demais para ser coberto em um único post. Quem sabe numa próxima eu faço algo do gênero (se tiver alguém interessado). É isso. Obrigado pela atenção e até uma próxima~