Impressões semanais: Kamisama no Inai Nichiyoubi 02: O Imortal e a Hakamori.

Somente alguém que a morte não pode levar consegue ser sua companheira? Foi o que me questionei ao ver a simbologia dos protagonistas.  
Um mundo onde as pessoas não morrem, ou melhor, onde mesmo mortas elas ainda tem consciência. O conceito desse universo apresentado por KamiNai toma proporções mais amplas e interessantes, crianças misteriosamente não nascem mais, milagres inexplicáveis acontecem com pessoas, uma doença apocalíptica surge. Todas as pilastras de sustentação desse mundo foram montadas nesse episódio, o que iremos ver em seguida será cada uma delas mais de perto, seja o resultado de um desses fatores (como foi inicialmente apresentado nesse episódio) ou a trajetória para a verdade escondida em cada um deles. 
Yuri tem um background que pode ser bem interessante de se explorar. Espero que ele retorne.
O que irá nos dar parte dessas respostas é um imortal chamado Hampnie. A origem de sua habilidade é tão misteriosa quanto os seus reais objetivos. E enquanto algumas respostas sobre ele irão surgir, começamos há conhecer um pouco mais desse personagem. Ele viveu os dias decisivos que mudaram aquele mundo, ele viu todo o horror e destruição que se seguiu. Hampnie é um homem que por sua experiência em vida não conhece mais a palavra esperança e como resultado de tudo que passou, não suportou ver alguém tão ingênua como a Ai existir.
O que se esconde atrás desses olhos vermelhos? Ele com certeza sabe mais do que aparenta.
O anime pode até soltar algumas insinuações quanto a relação dos protagonistas, mas Hampnie está longe de ser um par romântico para Ai, é mais para um mentor, alguém que tenta abrir seus olhos e mostrar a cruel realidade. Ele joga a verdade na garota sem hesitar, usa até de violência para isso, talvez um sinal de que ele não sabe mais como conviver ao lado de outras pessoas, pois seguiu sua viajem apenas procurando Hane e matando mortos apesar de ainda manter alguma afeição, seja por levar Ai nas costas ou por não querer matar seu velho amigo Yuri. 
Até a parte final desse episódio ele estava sendo montado como anti-herói, sem nenhuma honra ou atitudes que o tornavam alguém “bom”. O longo diálogo entre ele e seu velho amigo (longo até de mais, mas é algo normal tratando-se de uma obra adaptada de uma LN, diálogos são a principal ferramenta aqui) evidenciava isso, até porque estávamos vendo tudo aos olhos de Ai que não sabia da verdade escondida por traz das atitudes de Hampnie. 
Essa Hakamori se portava praticamente como uma robô. Seria elas anjos de Deus?
Sobre a conversa, temos aqui o que comentei no inicio do post, uma das pilastras daquele mundo sendo desenvolvida, a questão sobre os mortos e um reflexo que esse fenômeno afeta aquele mundo. Yuri havia perdido tudo, ambas filha e esposa haviam morrido a primeira silenciada por seu amigo Hampnie por já estar morta a um tempo. Ele estava sozinho no mundo e não poderia se matar, a única coisa que lhe restava era ir atrás de Hampnie, pois sabia que ele poderia tirar sua vida. Vingança era só um pretexto e o homem de cabelos brancos notou isso. Espero que Yuri retorne futuramente, seria interessante se o anime trabalhasse mais o modo como à vinda desses mortos afetou a relação entre os humanos daquele mundo, pois até agora tudo foi mostrado de forma muito superficial.
Acho irônico um mundo pós-apocalíptico cercado por morte ser retratado com tantas cores e vividez.
Estou gostado da Ai nesses primeiros episódios, ela é ingênua, mas não é fraca e não tem atitudes muito infantilizada, apesar de agir como uma criança da sua idade em determinados momentos e ela começou a ter sua importância na história, parece que a mesma é uma mistura de Hakamori com um humano. Imagino que isso terá grandes reflexos no futuro. Também espero um bom desenvolvimento vindo dela, algo que pelos comentários de quem lê a LN irá ocorrer.